Enquanto os partidos de oposição ainda estão discutindo o candidato ao governo, no PMDB, a discussão está adiantada e já é sobre o candidato a vice-governador na chapa da reeleição do governador Roberto Requião (PMDB). Em 2002, quando Requião estava em baixa nas pesquisas de intenções de votos e o favorito absoluto era o senador Álvaro Dias (PSDB), foi preciso muito empenho para encontrar um nome que se dispusesse a "ir para o sacrifício", como diziam os deputados estaduais à época. Quatro anos depois, a situação é muito diferente.
A cada dia surge um novo pretendente à vaga, somando cinco nomes em discussão. Os peemedebistas estão citando três opções do partido, os deputados federais Odílio Balbinoti e Osmar Serraglio e o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano Renato Adur, e outras duas de siglas com as quais poderiam se coligar: o vice-presidente estadual do PSDB, deputado estadual Hermas Brandão, e o vice-presidente estadual do PDT, deputado Augustinho Zucchi.
A partir da confirmação da nomeação do atual vice-governador, Orlando Pessuti, para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas, as listas de apoio já começaram a circular entre os prefeitos peemedebistas. Prefeitos da região dos Campos Gerais estão elaborando um manifesto de apoio a Adur. Já da região Noroeste, o manifesto que está sendo formulado é em apoio a Odílio Balbinoti, que já foi prefeito de um dos municípios da região, Barbosa Ferraz.
Cabos eleitorais
O deputado José Maria Ferreira defendeu o nome de Zucchi. "Se o senador Osmar Dias não vier a colocar o seu nome para a disputa, seria um bom nome para um entendimento entre os dois partidos para compor uma aliança", disse o peemedebista, torcendo para que o Supremo Tribunal Federal mantenha em vigor a regra da verticalização das coligações partidárias. Para Ferreira, se a verticalização restringe os movimentos dos partidos nesta eleição, para as próximas, seria um importante instrumento de fortalecimento partidário.
O vice-presidente estadual do PMDB, Nereu Moura, é adepto da candidatura de Osmar Serraglio. Disse que o relator da CPMI dos Correios representa uma região, onde o PMDB não têm muitos votos. A região Noroeste é a mesma de Balbinoti. Brandão corre por fora. Tem o apoio do deputado Alexandre Curi e de outros peemedebistas que ainda esperam por uma possibilidade de acordo com os tucanos no Paraná.
Com calma
O presidente do diretório estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, não está gostando do ritmo das discussões. Dobrandino disse que não vai receber os manifestos dos prefeitos, propondo nomes para a candidatura a vice-governador por entender que ainda é muito cedo.
Dobrandino afirmou que, enquanto o STF não der a palavra final sobre a verticalização das coligações, o PMDB não escolhe o candidato a vice. "Temos três meses pela frente para fazer essa discussão", afirmou o dirigente do partido.
Para Dobrandino, o surgimento de vários nomes à vaga pode ser entendida como a certeza que existe no partido e em outros da reeleição de Requião. "Isso é bom. Eles sabem que o Requião tem grandes possibilidades de se reeleger", afirmou e relembrou que a escolha de Pessuti em 2002 foi dolorosa.
