Pouco após o meio-dia desta terça-feira, 23, sob um calor de 28 graus e clima de chuva em Porto Alegre, grades de segurança vermelha foram colocadas nas vias de acesso ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), onde será julgado o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a condenação a 9 anos e 6 meses de prisão, dada pelo juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, no caso triplex.
Até a quinta-feira o perímetro no entorno do tribunal, a segunda instância da Lava Jato de Curitiba, ficará “congelado” – termo usado pelos cerca de 4 mil homens destacados para a segurança do julgamento histórico de Lula que pode iniciar nesta quarta-feira o prazo legal – com prazos para recursos – para execução da pena de prisão, caso o petista seja condenado. O ex-presidente responde por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no escândalo Petrobras.
Com mais de 5 mil manifestantes em defesa de Lula na capital gaúcha – entre petistas, sem-terra e demais simpatizantes, o número é uma média entre as estimativas sobre-valoradas dos organizadores e mínimas das autoridades – a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, com Polícia Federal e Forças Armadas traçaram plano de contingenciamento para evitar conflitos e depredações por terra, ar e água.
Às vésperas do julgamento, os policiais da Brigada Militar intensificaram as rondas nas ruas, fazendo revistas nas pessoas, em especial nos manifestantes, há embarcações da Marinha no Rio Guaíba monitorando a orla do Gasômetro, área que contorna o Parque Harmonia, em frente ao TRF-4. É nesse ponto que passa a Avenida Edvaldo Pereira Paiva, uma das que foram fechadas depois das 12h desta terça-feira. Essa avenida, que margeia o Guaíba, passa pela área verde onde está o Anfiteatro Por-do-Sol, onde estão acampados os apoiadores de Lula.
Os prédios do entorno do TRF-4, Câmara de Vereadores, sede do Ministério da Fazenda e Receita Federal, Ministério da Agricultura e Incra, IBGE, Serpro, que estão no perímetro fecharam as portas e estão sendo monitorados por cerca de 150 homens da Força Nacional de Segurança que estavam no Estado desde 2017 e foram requisitados para a operação.
O expediente do TRF-4, na Justiça Federal, que funciona ao lado, e na Procuradoria Regional da República da 4ª Região (PRR-4) também estão fechados.