O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), estão reunidos com o candidato do PT à presidência do Senado, Tião Viana (AC), para entregar ao petista uma agenda de 12 itens que o partido exige para dar seus 13 votos a ele. A lista, que começa com a independência e defesa da soberania do Congresso e do Senado, foi fechada hoje em reunião da bancada de senadores tucanos, da qual participaram dez dos 13 parlamentares.

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Os tucanos exigem o respeito às oposições, o compromisso público do candidato de manifestação contrária à proposta de emenda constitucional ao terceiro mandado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o compromisso de rejeitar sumariamente as medidas provisórias (MPs) que não atenderem ao princípio constitucional de urgência e relevância. Ausentes da reunião da bancada, os senadores Tasso Jereissati (CE), Cícero Lucena (PB) e Mário Couto (PA) já se comprometeram a acatar a decisão da maioria e votar em bloco no escolhido.

Os tucanos querem também que as MPs acatadas tenham seus relatores escolhidos em sistema de rodízio, pelo critério da proporcionalidade ao tamanho da bancada. Os parlamentares do PSDB exigem ainda que todos os vetos presidenciais a propostas aprovadas pelo Congresso sejam submetidas a voto em plenário e que o presidente não crie dificuldades para a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), proposta pela oposição.

A lista inclui a transparência na gestão, a prioridade à proposta de reforma tributária relatada pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ) e o compromisso de votar as reformas essenciais para superar a crise financeira internacional. Eles pedem ainda que o presidente apresente uma proposta para reerguer a imagem do Senado.

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Sarney

Documento idêntico ao que está sendo entregue a Tião Viana será levado ainda hoje ao senador José Sarney (PMDB-AP). Só depois de obter a resposta dos dois candidatos é que a bancada voltará a se reunir para decidir e tornar pública a sua escolha. Nos bastidores, os tucanos avaliam que se Sarney acatar as exigências do partido, será o escolhido.

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Em relação a divisão dos postos de poder, o PSDB quer a garantia de indicar o senador Marconi Perillo (GO) para a primeira vice-presidência do Senado, Flexa Ribeiro (PA) para a quarta secretaria, Jereissati para a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos e Eduardo Azeredo (MG) para a presidência da Comissão de Relações Exteriores. O senador Alvaro Dias (PR), que ensaiou disputar a primeira vice-presidência com Perillo, desistiu de postular o cargo e aceitou ser o primeiro vice-líder de Virgílio no plenário.