Gastos com viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram os principais responsáveis pelo aumento de 31% (18,17% se descontada a inflação) nas despesas da Secretaria de Administração da Presidência em 2008 em comparação a 2007. A secretaria gastou R$ 7,273 milhões no ano passado, R$ 1,742 milhão (R$ 1,118 milhão em valor real) a mais do que em 2007. Segundo informações oficiais da própria Presidência, além das viagens de Lula, pesaram no orçamento os encontros com delegações estrangeiras. Os dados foram coletados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), banco de dados onde são registrados todos os gastos do governo, pela Assessoria de Orçamento da liderança do DEM na Câmara dos Deputados.
Além de despesas administrativas emergenciais do gabinete de Lula e seus órgãos mais próximos (Casa Civil, Secretarias de Relações Internacionais, de Comunicação, Geral, Gabinete de Segurança Institucional e Núcleo de Assuntos Estratégicos), a Secretaria de Administração centraliza pagamentos para cobrir viagens do presidente e sua comitiva, manutenção e eventos sociais nas residências oficiais, deslocamento das equipes de segurança de Lula e apoio a comitivas estrangeiras, entre outras. O dinheiro sai de uma rubrica orçamentária chamada “suprimento de fundos” e os gastos em geral são feitos por intermédio dos cartões de crédito corporativos. Os cartões ficam sob a responsabilidade de funcionários do palácio chamados de “ecônomos”.
Por questões de segurança nacional, a maior parte das despesas da secretaria é tratada por lei como sigilosa e seu detalhamento não é divulgado. Mas o Estado conseguiu identificar dez dos principais funcionários do Planalto responsáveis pela contabilização das despesas ligadas diretamente às atividades presidenciais que apresentaram as contas mais altas no ano passado. Em 2008, esse grupo gastou R$ 5,5 milhões, equivalentes a 73,5% do total de despesas da secretaria. Em 2007, os dez ecônomos presidenciais que mais gastaram tiveram peso muito parecido no orçamento do órgão: 69% do total, mas a conta foi bem menor: R$ 3,845 milhões (R$ 4,3 milhões corrigidos). Nessa amostra, o aumento foi de 39% (25% em valores reais). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.