Eleições 2010

Verri rechaça aliança proporcional do PT com PMDB

O presidente estadual do PT, Ênio Verri, define como inegociável uma aliança eleitoral na disputa proporcional com o PMDB. “Se eu fizesse isso, entraria para a história do PT do Paraná como o exterminador da bancada”, reagiu ontem o dirigente do PT estadual.

Para Verri, o PT corre o risco de extinção se fizer chapa única para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados com um partido que tenha chapa de candidatos com média de votos individuais muito superior ao das candidaturas petistas.

No caso do PMDB, Verri lembrou que a deputada Luciana Rafagnin, a mais votada do PT, fez onze votos a mais, 37.966, do que o menos votado do PMDB, Reinhold Stephanes Junior, que contabilizou 37.955.

“É inviável. Se fizermos isso, nosso papel será eleger parlamentares do PMDB. Isso é política kamikaze”, afirmou o dirigente petista. Tanto o presidente Lula como o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já sabem da posição do partido no estado. “A direção nacional e o presidente tem uma avaliação precisa e real do cenário no Paraná”, disse.

Caminhos

Verri aponta dois desfechos para a reunião entre o presidente Lula e o governador Orlando Pessuti hoje, em Brasília. Se Pessuti confirmar a candidatura, não haverá aliança com o senador Osmar Dias (PDT) e, nesse caso, o presidente pode tratar com o peemedebista sobre a forma de o PT entrar nesse processo, disse o presidente do PT.

Há dois dias, o presidente estadual do PT conversou com Pessuti, que reiterou sua disposição de concorrer ao governo. “Se assim é, está impossibilitada a candidatura do senador Osmar Dias”, disse Verri.

Cálculos

Entre apoiar Pessuti e ser obrigado a uma coligação proporcional com o PMDB e uma candidatura própria ao governo, o PT faz a segunda opção, disse Verri. Na avaliação da bancada, um candidato próprio do PT ao governo impediria a redução do número de deputados estaduais.

Se em 2006, o então candidato petista, o atual senador tucano Flávio Arns, conseguiu fazer 8% dos votos, no auge do escândalo do mensalão, a direção do PT acha que a situação atual é mais promissora.

Entre as diferenças está a popularidade do presidente Lula e o crescimento da candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff no Paraná. “Nesse cenário, nós podemos eleger, no mínimo, o mesmo número de deputados atuais”, previu Verri.

A possibilidade de coligação admitida pelos petistas é com o PC do B e PRB, que são partidos da base aliada de Lula no Congresso Nacional e cujo desempenho eleitoral na disputa proporcional é menor ou do mesmo tamanho das candidaturas petistas. Ou seja, a disputa pelas vagas na Assembleia Legislativa ocorreria em condições de igualdade.

PDT conversa com o PSDB, PP e DEM para fazer um chapão

Embora o PDT não tenha respondido oficialmente ao convite tucano para fazer aliança às eleições de outubro, o partido conversa com o PSDB, o PP e o DEM para a montagem de um chapão para disputar a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa.

O presidente estadual do PDT, Augustinho Zucchi, está participando das rodada de negociações com os demais partidos. O deputado Plauto Miró Guimarães (DEM) afirmou que a expectativa é eleger bancada de 35 deputados.

O PSB, que já declarou apoio à pré-candidatura de Beto Richa, ainda não decidiu se entra no chapão. O PPS, que não decidiu se estará na aliança, está interessado na coligação para deputado federal. A bancada estadual formaria chapa própria, informou Plauto.

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