O presidente estadual do PT, deputado Enio Verri, considera natural a exigência do senador Osmar Dias (PDT) de ter todos os partidos da base aliada do presidente Lula (PT) apoiando sua candidatura ao governo para fechar a aliança que teria a ministra Dilma Rousseff como candidata à sucessão presidencial. Porém, o presidente do PT acha que cabe a Osmar articular a atração das forças políticas que integram a coalizão de Lula.
“Se eu fosse candidato a governador, eu ia querer também. Mas o PT pode ajudar, contribuir, mas a principal responsabilidade é do senador Osmar Dias”, disse Verri. O PT também se empenha para unir a base em torno da candidatura do pedetista, mas Osmar é que deve sair a campo em busca dessa unidade, reforçou o presidente do PT.
As declarações de lideranças do PDT sobre a necessidade de incluir o PMDB na composição deixaram os líderes petistas com a pulga atrás da orelha. “Mas e se o PMDB não vier? Para nós, a chapa e o projeto continuam mesmo assim. Porque nós estamos conversando sobre um projeto para o Paraná”, comentou Verri.
Como o PMDB tem um pré-candidato à sucessão do governador Roberto Requião, o vice-governador Orlando Pessuti, a equação proposta pelo PDT não será facilmente resolvida, acredita Verri.
“O vice-governador tem todo o direito de ser candidato. E se essa for a decisão do PMDB, é importante lembrar que nós vamos poder conversar no segundo turno”, afirmou.
Tempo
As condições requisitadas pelo PDT para fechar o acordo podem frustrar as expectativas da direção estadual do PT de ter uma proposta de coligação assinada pelo senador Osmar Dias para apresentador no dia 10 de abril, quando será realizado o encontro estadual do PT, convocado para definir as estratégias eleitorais de 2010. No encontro, Verri pretendia obter a aprovação dos delegados do partido para a proposta de apoio à candidatura do senador Osmar Dias.
Além da dificuldade de atração do PMDB, que está dividido entre a candidatura de Pessuti e o apoio ao pré-candidato tucano, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, o pacote apresentado pelo PDT inclui a mudança da posição da ex-presidente estadual do PT Gleisi Hoffmann na chapa.
De candidata ao Senado, Gleisi será transformada em candidata a vice-governadora, se depender da vontade dos pedetistas. Gleisi já avisou que não quer concorrer a vice-governadora, mas o PDT acha que, para começar um diálogo com o PMDB, esta seria a primeira concessão a ser feita pelo PT que começou a se afastar do governador Roberto Requião ao defender a candidatura de Gleisi ao Senado. Requião renuncia ao cargo na próxima quarta-feira, 31, para concorrer ao Senado.