Vereadores sob pressão em Londrina

A Câmara Municipal de Londrina recebeu, ontem, as primeiras representações contra os cinco vereadores acusados pelo Ministério Público dos crimes de concussão e formação de quadrilha. As representações contra Henrique Barros (PMDB), Orlando Bonilha (PR), Flávio Vedoato (PSC), Reanto Araújo (PP) e Osvaldo Bergamin (PMDB) foram apresentadas por cidadãos comuns do município após a abertura de processo na 3ª vara Criminal de Londrina.

Antes do recebimento da primeira representação, os vereadores de Londrina interromperam o recesso para uma reunião extraordinária realizada na manhã de ontem para debater a situação. Treze dos 18 parlamentares compareceram ao encontro. ?Foi uma reunião para debatermos os aspectos técnicos das denúncias e em que todos os vereadores puderam firmar seu posicionamento quanto ao caso?, disse o presidente da Câmara, Sidney de Souza (PTB). Como até a reunião ainda não havia nenhuma representação contra qualquer vereador, a Câmara ainda não deliberou sobre a condução de um possível processo administrativo contra os denunciados. ?Mas já discutimos o nosso Código de Ética, o Regimento Interno e o Processo Penal, para estarmos prontos para analisar a situação?, revelou Souza.

À tarde, após confirmação do recebimento das representações, o presidente da Câmara convocou nova reunião, para segunda-feira, para apreciá-las, ?e, se for o caso, encaminhar ao Conselho de Ética para possível instauração de comissão processante?, informou. Sidney revelou que as representações foram encaminhadas por cidadãos porque, se feita por um vereador, este perde o direito de voto no processo.

Apontado como líder do esquema que extorquia empresários da cidade para aprovação de projetos, o vereador Orlando Bonilha participou da reunião e disse que provará sua inocência. ?Embora quem tenha que provar alguma coisa sejam os promotores, pois, até agora, não apontaram nenhuma prova com relação a meu nome e a dos outros vereadores acusados por Henrique Barros (vereador preso em flagrante, que denunciou os colegas)?, disse. ?Esse crime foi uma ação isolada de um vereador que tentou incriminar outros colegas para diminuir sua pena. O Ministério Público, o delegado e o juiz não têm nenhuma prova contra os outros vereadores?, concluiu. 

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