Vereadores que foram presos, cassados ou renunciaram ao cargo em Dourados (MS), em consequência de participação ativa no chamado escândalo “Farra das Propinas”, no ano passado, voltaram hoje para prisão. Desta vez eles são acusados de envolvimento em um esquema de falsificação de holerites de funcionários “fantasmas” para obter empréstimos consignados, por causa dos juros baixos, variando entre 1,6% a 2,6% ao mês.
Eles foram identificados pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado(Gaeco), depois de quatro meses de investigações. Baseados em provas colhidas durante o período, os policias deflagraram a operação “Câmara Fechada”, e lacraram a Câmara Municipal de Dourados, por ordem da Justiça. No local, foi apreendida grande quantidade de documentos, computadores e outros materiais comprovando o golpe.
Segundo informações do Ministério Público Estadual, os políticos acusados admitiam funcionários pagando no máximo R$ 1.200 por mês, com verba da Câmara Municipal. Os holerites dos contratados eram alterados através de falsificação, visando conseguir maiores empréstimos. O dinheiro era entregue aos ex-vereadores envolvidos no esquema.
Na manhã de hoje, foram presos os vereadores Sidlei Alves, ex-presidente da Câmara, e Humberto Teixeira Júnior, além do diretor financeiro da Casa, Amilton Salina, e o ex-assessor parlamentar Rodrigo Terra. Novas prisões deverão ocorrer durante o final da semana, conforme previsão do Gaeco.
A Câmara Municipal de Dourados distribuiu nota afirmando que não tem “qualquer envolvimento com o caso” e foi colocada à disposição para auxiliar o trabalho das autoridades. Os advogados dos acusados decidiram também emitir nota esclarecendo logo após tomarem conhecimento do processo investigativo.
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