Os vereadores que investigaram os contratos da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) com a Prefeitura de Ponta Grossa não concordam com a renovação da concessão no município. Essa deve ser a conclusão final do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito que será entregue hoje de manhã ao presidente da Casa, vereador Eliel Polini. A falta de investimentos e prestação de contas por parte da empresa são os pontos que pesaram na decisão da comissão.
Os trabalhos de investigação sobre a Sanepar começaram em 2001, com uma comissão especial, e só no início deste ano é que a CPI foi proposta. De acordo com o presidente da CPI, vereador Valfredo Laco Dzázio (PRP) o objetivo foi avaliar os contratos anteriores da empresa com o município, já que o prazo da concessão expira em 2005, após 30 anos, e durante esse período, afirma o vereador "nunca houve uma fiscalização por parte do poder público". Laco considera o atual contrato como milionário – segundo a CPI, a Sanepar teve lucro bruto de R$ 40 milhões em 2004 -, e sem nenhum controle.
Os dados fornecidos pela empresa à comissão apontam que Ponta Grossa tem 98% da água tratada, 52% do esgoto coletado e 80% desse esgoto tratado. "Mas nós discordamos desses números, até porque a empresa já foi multada por poluição ambiental", disse o vereador. Para Laco, a melhor solução para o município será criar um serviço autônomo de água e esgoto, semelhante aos que já existem em cerca de 1,8 mil cidades brasileiras. "Nós somos auto-suficientes em água, e por isso seria perfeitamente possível", finalizou.