Quem esperava o resultado da reunião de ontem entre o senador Osmar Dias (PDT) e os vereadores do partido em Curitiba para compreender como vai se desenhando o quadro eleitoral para o ano que vem no Paraná, não pôde tirar muitas conclusões.

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Na reunião foi decidido que, a princípio, fica tudo como está, com os parlamentares do PDT na base de apoio do prefeito Beto Richa (PSDB). Após o avanço das conversas do PDT com o PT visando uma aliança na sucessão estadual, a oposição ao prefeito esperava um rompimento dos três vereadores com a base aliada, diminuindo o desequilíbrio de forças entre as bancadas na Câmara Municipal de Curitiba.

Com a pré-candidatura do prefeito da capital ao governo do Estado, transformando-se, de aliado, num dos principais adversários da candidatura de Osmar Dias, e a aproximação do PDT ao PT, o rompimento dos vereadores pedetistas com a prefeitura de Curitiba, uma das “sugestões” do PT para embarcar na campanha de Osmar, escancararia o quadro do ano que vem, colocando, definitivamente, PSDB e PDT em lados opostos.

Mas o PDT vai deixar para os tucanos o ônus de romper a aliança traçada no ano passado. Os três vereadores do PDT, Jairo Marcelino, Tito Zeglin e Roberto Hinça, deixaram claro que apoiaram Beto Richa na eleição de 2004, no primeiro mandato e na eleição do ano passado, tendo o compromisso de apoiar seu mandato até 2012.

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“Nós trabalhamos juntos e elegemos o prefeito para quatro anos de mandato. Não vamos abandonar o barco que ajudamos a construir. Apoiaremos Beto Richa enquanto ele for prefeito de Curitiba”, afirmou Tito Zeglin.

Na próxima segunda-feira, a bancada do PDT levará ao prefeito Beto Richa essa posição. “O senador não nos pediu nenhuma alteração de comportamento. Estamos com o prefeito e assim continuaremos. E é isso que vamos passar a ele em audiência na próxima segunda-feira. Estamos honrando o compromisso firmado no ano passado, pelo menos até que fique insustentável. É lógico que, se na segunda-feira o prefeito nos disser que tem uma posição definitiva de disputar o governo, tudo pode mudar”, disse Roberto Hinça.

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“A prefeitura de Curitiba é uma coisa, o projeto de governo de Estado é outra. Osmar Dias não é candidato a prefeito. Aqui nós apoiamos o Beto. Nossos vereadores só não poderão apoiá-lo quando e se ele for candidato ao governo”, comentou o presidente estadual do PDT, deputado Augustinho Zucchi.

Na reunião de ontem, o PDT reafirmou a candidatura irreversível de Osmar Dias e criou, com os vereadores do partido uma agenda de construção e fortalecimento dessa candidatura em Curitiba e Região Metropolitana. “A questão das alianças não foi debatida, o senador apenas nos informou que segue aberto e conversando com todo mundo”, garantiu Hinça.