O presidente estadual do PV, Melo Viana, secretario especial de Controle Interno do Governo do Estado declarou, ontem, que não foi a exoneração de dois funcionários do partido do gabinete do vereador que motivaram a expulsão do Professor Galdino do partido, determina pela comissão de ética do partido na noite de terça-feira. Segundo Viana, a comissão de ética tomou a decisão após denúncia de assédio sexual contra o vereador.
“A exoneração de um dirigente partidário, militante do PV há anos, e que trabalha muito mais do que ele (Galdino) não era motivo para a expulsão. O que mudou foi a denúncia de assédio. Já tínhamos notícias disso, mas agora tivemos um depoimento”, justificou Viana.
O presidente do PV disse que a denúncia de assédio, somada a denúncias de caixa 2 na campanha e à desobediência do estatuto do partido levaram à decisão.
O relatório da comissão de ética aponta denúncia de assédio sexual sofrido pela ex-funcionária Kátia Rosa Curtis de Mello em dezembro do ano passado. Kátia declarou à comissão que Galdino teria proposto dar a ela um cargo no gabinete em troca de favores sexuais. A denúncia foi feita apenas ao diretório do PV, não sendo apresentada à polícia.
Após a expulsão de Galdino, o PV pode reivindicar na Justiça Eleitoral, a cassação do mandato do vereador com base na regra de fidelidade partidária, que determinou que o mandato pertence ao partido e não ao político.
“Estou tranquilo, não devo nada, são denúncias vazias que vão cair por terra como tudo que já inventaram contra mim. E depois, vão inventar mais coisa. Eles querem o poder, querem os cargos no meu gabinete, querem furtar minha cadeira de vereador”, declarou Galdino.
Ele afirmou que a funcionária que o denunciou era do gabinete do ex-vereador Paulo Salamuni (PV) e teria sido indicada para trabalhar com Galdino. “Mas ela queria tirar férias em janeiro e em fevereiro. Daí não aceitei. Agora ela me denuncia”, disse.
Galdino disse ter sérias divergências com o presidente estadual do PV, mas afirmou que pretende ficar no partido. “Ele é o dono do partido, decide tudo sozinho e não pode ver ninguém brilhando mais do que ele. Ficou incomodado com o sucesso de minha campanha e com meus 11.736 votos. É um ditador. Mas eu não vou sair do partido. Gosto do PV. Vou até o fim, vou levar esse caso para a executiva nacional”, concluiu.
O PV instaurou comissão de ética contra Galdino após o vereador ter exonerado de seu gabinete dois funcionários que não trabalhavam para o vereador, mas sim para o diretório estadual do PV.