O vereador de Londrina Orlando Bonilha (PR) foi preso nesta quinta-feira (6) quando deixava a Câmara Municipal da cidade paranaense, depois de assistir à sessão em que foi aberta uma Comissão Processante contra ele para apurar acusações de que teria exigido pagamento de interessados em aprovação de projetos de lei. No entanto, a prisão se refere a uma ação criminal em que ele foi acusado de, em 2004, quando presidia a Câmara, reter parte dos salários de seus assessores.
De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público (MP), Bonilha teria exigido parte dos salários de quatro pessoas como condição para que elas fossem contratadas para cargos em comissão. Na denúncia, o MP relatou que uma das pessoas foi contratada como assistente de áudio e vídeo entre os meses de abril a dezembro. Nesse período, teria sacado, mensalmente, em uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF), entre R$ 800,00 e R$ 1 mil, "exigidos, indevidamente, pelo vereador e então presidente da Câmara Municipal Orlando Bonilha".
Antes da prisão, os vereadores aprovaram, por 13 votos a dois, a instauração da Comissão Processante em razão de concussão – extorsão cometida por servidor público. Havia uma expectativa de que Bonilha pudesse renunciar ao mandato para evitar possível cassação, o que acabou não acontecendo. Ele permaneceu calado durante a sessão.
O MP também ajuizou nesta quinta-feira uma ação de improbidade administrativa em razão das denúncias de concussão e estendeu o pedido de afastamento do cargo também para os vereadores Renato Araújo (PP), Osvaldo Bergamin (PMDB) e Flávio Vedoato (PSC). Todos negam as acusações. O advogado de Bonilha, Ronaldo Neves, acompanhou o vereador durante a prisão e não pôde ser contatado.