O depoimento do empresário Walter Paulo Santiago hoje, na CPI do Cachoeira, deixou vários integrantes do colegiado em dúvida sobre o método da transação feita na compra de um imóvel do governador de Goiás, Marconi Perrillo.

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Foi nesta casa, avaliada em R$ 1,4 milhão, que o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso pela Polícia Federal no último dia 29 de fevereiro, na Operação Monte Carlo.

Durante depoimento, Santiago deu uma nova versão para a compra do imóvel ao afirmar que pagou pela casa em dinheiro, “em notas exclusivas de R$ 50 e R$ 100”.

Perillo já afirmou que recebeu três cheques pela casa (dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil), que somam R$ 1,4 milhão. Os cheques foram emitidos pela empresa Excitant Confecções Ltda, de uma cunhada de Cachoeira, nos meses de março, abril e maio de 2011. A empresa, por sua vez, recebeu dinheiro de uma firma fantasma criada pelo esquema Cachoeira para receber dinheiro da empreiteira Delta.

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“A gente sai dessa oitiva sem saber quem de fato adquiriu essa casa, com que dinheiro, a origem desse dinheiro, o método como foi feito. Do pagamento até chegar a mão do governador passou por um filtro que parece que era para esquentar o dinheiro. De um dinheiro vivo em pacotinhos passou a ser em dinheiro em cheques”, afirmou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) também deu uma versão para as contradições apresentadas sobre a compra do imóvel. “Eu acho que os cheques não têm nenhuma relação com a casa. A situação [do Perillo] já era complicada e a cada dia aparece uma nova versão”, afirmou.

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A falta de clareza sobre a transação deixou até integrantes do PSDB da CPI em dúvida. “O que ficou claro é que o Marconi e o Walter estavam no papel de comprador e vendedor. Como saiu em dinheiro e chegou em cheque isso tem que ser explicado”, afirmou o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), integrante da CPI.
Na próxima terça-feira, o governador Marconi Perillo deve comparecer à CPI.