Ainda sem nome, a frente de partidos que dará suporte à candidatura do deputado estadual Angelo Vanhoni (PT) à Prefeitura de Curitiba foi formalizada ontem à tarde, no plenarinho da Assembléia Legislativa.
Vanhoni juntou uma variada gama de aliados, que tem desde siglas próximas ao PT do Paraná, como o PMDB, PCB e PCdoB, como partidos dirigidos por tradicionais adversários dos petistas no Estado, como o PTB e o PSC. A frente garante à candidatura majoritária do PT aproximadamente dez minutos do horário eleitoral gratuito.
No próximo dia 10, os seis partidos fazem o lançamento oficial da campanha em uma caminhada pelo centro de Curitiba com parada na Boca Maldita. O lançamento da frente reuniu quase todos os dirigentes dos partidos que integram a coligação – o PSC foi o único a não mandar representantes – no plenarinho da Assembléia Legislativa. O presidente regional do partido, ex-secretário da Fazenda Giovani Gionédis, estava participando de uma reunião do diretório nacional da sigla.
O PMDB, que indicou o candidato a vice-prefeito Nizan Pereira, foi representado ainda por quatro secretários de Estado – Maurício Requião (Educação), Airton Pisseti (Comunicação), Aldair Rizzi (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) e Luiz Mussi (Indústria, Comércio e Mercosul), e ainda o assessor especial Daniel Godoi, e o presidente da Cohapar, Luiz Claudio Romanelli. Vanhoni disse que espera a participação do governador Roberto Requião (PMDB) na campanha, mas que sabe dos limites impostos a ele pela legislação eleitoral.
O candidato a vice-prefeito, Nizan Pereira, disse que o partido entrou por inteiro na campanha, referindo-se ao grupo que defendeu a candidatura própria da sigla à Prefeitura. O vereador Paulo Salamuni e o deputado estadual Alexandre Curi compareceram ao lançamento como representantes da ala contrária à aliança com o PT.
Linhas
Vanhoni disse que todos os partidos da frente vão integrar um conselho que definirá as linhas da campanha eleitoral. Segundo o candidato, seu plano de governo deve mirar principalmente três áreas: saúde, educação e segurança pública. O candidato afirmou que a cidade precisa conservar as linhas gerais do seu projeto urbano com ajustes pontuais, como no sistema de transporte coletivo, mas que na área social, é preciso dar o que chamou de ?um passo à frente?.
Sobre a intenção já manifestada de seus adversários de fazer um julgamento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva na campanha municipal, Vanhoni disse que é uma estratégia equivocada dos concorrentes. Disse que a ?federalização? da campanha somente o beneficia. ?As ações do governo federal nos ajudam muito. O País está em ritmo de crescimento. Para dissabor dos nossos opositores, o cenário nacional será positivo neste segundo semestre e muito diferente do início do ano?, comentou.
Comerciantes condenam reajuste
O litoral do Estado está revoltado contra o aumento das tarifas do pedágio. A partir de hoje, a Ecovia (concessionária que administra o trecho da BR-277), passa a cobrar R$ 8,00 pela passagem de veículo de passeio.
O diretor-presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Litoral Paranaense (Sindilitoral), José Carlos Chicarelli, projetou que o movimento no litoral deve cair 20%, por causa do reajuste das tarifas de pedágio em quatro concessionárias. ?Nós ficamos surpresos e indignados. Esse reajuste vai acontecer numa época em que o litoral está em crise, pois é inverno. E principalmente agora, que o pessoal desce para lá, aproveitando as férias de julho dos estudantes?, disse.
Chicarelli conta que vários eventos estão programados para este mês, como a Festa do Divino, em Guaratuba (a maior festa religiosa do Litoral), a Festa do Turismo, em Pontal do Paraná, a Festa da Tainha, na Ilha do Mel, e o Festival de Inverno de Antonina que, segundo o diretor-presidente do sindicato, contou com a presença de aproximadamente 60 mil pessoas, em 2003.
?Estávamos esperando, em média, 200 mil pessoas no litoral. Agora, somando-se o aumento do pedágio, da gasolina e o da telefonia, o bolso do consumidor vai ficar, a cada dia, mais vazio. A primeira coisa que ele faz, é cortar o lazer e o turismo?, lamentou.
Segundo o presidente da Associação Comercial de Matinhos, Carlos Dalberto Freire, o pedágio, mesmo com o preço antigo, já atrapalhava o turismo nas praias do Paraná. ?Fizemos um levantamento no último feriado e o resultado apontou que 90 mil veículos haviam partido do Paraná com destino a Santa Catarina. Enquanto o número de carros que vieram para nosso litoral não chegou a 30 mil?, comparou.
Para Freire, o pedágio tem até desvalorizado os imóveis da região. ?Muitas pessoas têm colocado à venda suas casas de praia no Paraná e têm comprado imóveis em Santa Catarina?, alertou ao lembrar que não existe cobrança de pedágio para quem vai ao litoral catarinense.
O representante dos comerciantes de Matinhos ainda diz que o novo valor da tarifa quase se iguala ao gasto com combustível. ?Agora, serão R$ 16,00 em pedágio, quase o que um carro econômico gasta em gasolina para vir ao litoral?.