Principal proposta para Educação do candidato à Presidência da República do partido Novo, João Amoêdo, o “vale educação” é inspirado no programa de transferência de renda criado na gestão petista, o Bolsa Família. A comparação foi feita pelo próprio presidenciável no Rio de Janeiro, neste domingo, 2.
“A gente queria testar, até aproveitando o conceito do Bolsa Família, dar para as pessoas mais pobres um vale educação para que pudessem colocar seus filhos nas escolas privadas”, disse Amoêdo, um pouco antes da caminhada da “onda laranja”, cor do partido, pela orla carioca, saindo do Leblon, bairro na zona sul onde mora o candidato. Cerca de 3 mil pessoas, de acordo com a organização do ato, caminharam com o candidato, entre eles o técnico de vôlei Bernardinho, que se filiou, e apoia o partido, mas não quis sair candidato ao governo do Rio.
Segundo Amoêdo, a experiência do “vale educação” começaria com um pequeno grupo, que ganharia a oportunidade por meio de sorteio. “A gente sabe que a qualidade da escola privada hoje é melhor, então a gente não acha justo impedir que as pessoas mais pobres coloquem os seus filhos no ensino privado”, afirmou.
Com apenas 1% de votos na última pesquisa do Ibope/Estadão/TV Globo, Amoêdo tem visto o seu nome crescer principalmente nas redes sociais, ambiente escolhido para a campanha pelo Novo. “Nossa aposta sempre foi ser coerente e sair da política tradicional”, disse o candidato que, na “guerra de likes” da internet, aparece em quarto lugar, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), Luiz Inácio Lula da Silva e Marina Silva.
Sem coligações com outros partidos, Amoêdo afirmou que vai governar em uma “coligação com o cidadão brasileiro que quer mudança”, mas que estará disposto a ter a companhia de políticos que tenham como princípio melhorar a vida do brasileiro. “Mas aqueles que querem só usar a máquina pública para se perpetuar no poder e atender o seu interesse não tem vez, foi justamente para lutar contra esse tipo de coisa que a gente montou esse partido”, explicou Amoêdo, que além da educação dá prioridade à segurança.
“Tem que ter integração maior entre as polícias federal, estadual e municipal. Hoje as responsabilidades estão muito dispersas, nem todos assumem a sua real responsabilidade, o próprio governo federal na questão das fronteiras”, disse ele, que pretende investir mais em tecnologia e inteligência para solucionar uma das maiores mazelas atualmente no País.
“Queremos parcerias público-privadas para os presídios e um combate efetivo ao crime organizado; são os tópicos principais em um primeiro momento”, afirmou.
Entusiasmado com o crescimento da candidatura, Amoêdo lamenta ter sido barrado nos debates, mas vai continuar viajando pelo Brasil nas próximas semanas. Nesta segunda-feira (3), o candidato estará em São Paulo e Estados do centro do País. Semana que vem será a vez do Nordeste e Sul, informou. “Com o crescimento da candidatura, a campanha passa a ter mais interesse da imprensa e a gente pode expor o que a gente quer para o Brasil”, avaliou.