Vaccari usou propina para pagar ‘serviços simulados’ de gráfica, diz delator

Em novo depoimento à força tarefa da Operação Lava Jato, prestado no dia 31 de março, o executivo Augusto Mendonça, da Setal Óleo e Gás (SOG) – uma das empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras -, afirmou que o tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu R$ 2,5 milhões, não em forma de doações ao PT, mas em pagamentos à editora Gráfica Atitude, sediada em São Paulo. Segundo Mendonça, o tesoureiro solicitou que tais pagamentos fossem realizados para cobrir propagandas em revista pertencente à editora, que mantém vínculos com o PT.

O delator disse que “em pelo menos três oportunidades” Vaccari solicitou a ele que efetuasse tais contribuições ao PT mediante pagamentos à Editora Gráfica Atitude, cada uma delas nos anos de 2010, 2011 e 2013. Ele disse que os repasses somaram R$ 2,5 milhões por meio de suas empresas, SOG/Setal. Os pagamentos foram efetuados parceladamente, “mês a mês, neste período”.

“Segundo essa nova revelação, os recursos criminosos teriam sido utilizados não só para a realização de doações registradas ao Partido dos Trabalhadores, mas também para a realização de pagamentos por serviços, total ou em parte, simulados pela referida Editora Gráfica Atitude, isso por indicação de João Vaccari Neto”, escreveu o juiz Sérgio Moro ao decretar a prisão preventiva do tesoureiro do PT.

Segundo o juiz, “pelo relato de cinco criminosos colaboradores, João Vaccari Neto participou intensamente do esquema criminoso do pagamento de propina e de lavagem de dinheiro que contaminou as operações da Petrobras e da Sete Brasil, cabendo a ele o recolhimento de valores em favor de agentes políticos do Partido dos Trabalhadores”.

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