Em suas exposições iniciais durante a audiência pública no Senado, o tesoureiro do PT e ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), João Vaccari Neto, e o advogado da entidade, Pedro Dallari, negaram irregularidades. Segundo Vaccari, que presidiu a Bancoop entre 2005 a fevereiro de 2010, das 6.630 unidades habitacionais da cooperativa, 5.609 foram entregues. “Faltam entregar 592, mas há negociação na maioria delas.”

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O advogado acusou o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público paulista (MP-SP), que acusa a Bancoop de desvio de recursos para campanhas petistas, de utilizar a mídia para “oxigenar” o inquérito.

Dallari negou superfaturamento em obras da Bancoop e disse que R$ 4 milhões foram depositados por cooperados judicialmente. Ele afirmou aos senadores que das 62 perícias judiciais autorizadas nenhuma concluiu que havia irregularidades do valor do custo das obras. “Nenhuma perícia indica que o valor cobrado supera o valor de mercado. Isso é importante porque há acusação de desvio. Se não há excesso não pode haver desvio”, afirmou o advogado da Bancoop.

Dallari observou que Blat fez pela imprensa, em junho de 2008, a acusação de que a cooperativa seria uma organização criminosa. “Se ele (Blat) achava isso caberia ter tomado medidas, mas não tomou. Fora as declarações à imprensa, não tomou medidas nem em 2008 nem em 2009. Agora, em 2010, voltou a fazer as mesmas declarações”, disse. “O que se fez foi que ele oxigenou o inquérito criminal.”

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Críticas

O advogado da Bancoop mencionou ainda que o juiz Carlos Eduardo Lora Franco indeferiu em março os pedidos de bloqueio de contas e quebras de sigilo solicitados por Blat. Por fim, criticou o promotor. “A disposição que o promotor Blat tem em ir à imprensa ele não demonstra nem em ir ao Judiciário nem ao Senado.” Blat foi convidado, mas não compareceu. Ele alegou a necessidade de realizar exames médicos hoje e de ter diligências do caso. Blat convive com um câncer desde 2008.

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No início da tarde, Vaccari e Dallari começariam a responder a perguntas de senadores que integram as comissões de Fiscalização e Controle e Direitos Humanos, no Senado. Na plateia estão o presidente do PT, José Carlos Dutra, e Francisco Campos, integrante da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República. Tanto Vaccari quanto Pedro Dallari fizeram suas apresentações utilizando slides.