UPP vira marca da campanha de Dilma e Cabral no Rio

Recém-incorporadas ao discurso de campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT), as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro viraram outdoors políticos do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e sonho de líderes comunitários de áreas que sofrem com alta criminalidade no Estado. No debate da Band, na quinta-feira, Dilma elogiou as unidades. E ela já manifestou a intenção de levá-las a outros Estados, se for eleita.

À semelhança dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), marca do governador Leonel Brizola, as UPPs se transformaram em símbolo da administração Cabral, embora não cubram a maioria das favelas e os principais índices de criminalidade continuem altos, ainda que, em alguns casos, em queda. A adoção do programa pela petista é peculiar: com menos de dois anos de ação, não há avaliação de prazo mais longo sobre a eficácia dessas unidades.

Antes das eleições, o Estado usou fartamente imagens das UPPs em propaganda de TV, mostrando crianças brincando em áreas antes conflagradas. “Todo mundo quer UPP”, disse o líder do governo na Assembleia Legislativa, Paulo Melo (PMDB). “Tendo UPP, com todos os erros que possam acontecer, o morador pode entrar e sair na hora que quiser, não tem perigo de sua filha ser estuprada por um traficante.”

No entanto, ele negou uso político do programa. “Se hoje o governo fosse atender a todos os pedidos de UPP que recebe, teria de mandar ocupar todas as comunidades.” Melo relatou ser comum receber de líderes comunitários reivindicações do gênero. “Digo sempre que não tem pedido, é um programa de governo, que às vezes nem o governador sabe onde vai ser.”

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