União para ampliar mercado

Os governadores do Paraná, Roberto Requião (PMDB); do Mato Grosso do Sul, José Orcílio Neto (PT); os vice-governador de Minas Gerais, Clésio Andrade (PL); de Alagoas, Luis Abílio de Souza Neto, e secretários de agricultura e indústria e comércio de outros oito estados assinaram ontem em Curitiba o protocolo de coalizão de governadores pró-etanol. O movimento visa aumentar a produção do álcool etanol e conquistar o mercado externo para alavancar o setor. Além do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Alagoas, assinaram o protocolo os estados de São Paulo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro .

Requião disse que o bloco não está sendo criado para fazer pressões sobre o governo federal, mas para negociar uma solução. “Não é um grupo de pressão, mas um grupo que procura uma solução para o problema do fornecimento de álcool pelo Brasil a países importadores”, disse.

Requião disse que não tem pretensão de ser o líder do grupo e que a condução das iniciativas deve ser dos produtores. De acordo com o governador, o Japão e a Coréia já manifestaram interesse em comprar o álcool brasileiro, depois do Protocolo de Kioto, que estabeleceu uma participação de 3% de álcool na formula da gasolina. Mas esses países exigem a garantia de que o Brasil vai fornecer o produto. “Porque nossas usinas produzem álcool mas produzem açúcar também. Nós já tivemos uma fantástica frota de carros a álcool no Brasil. A Volks chegou a produzir 80% de automóveis a álcool. Mas em determinado momento o preço do petróleo sobe ou baixa. Quando baixa, fica incômoda a produção de álcool e mais vantajosa a produção de açúcar. Daí nossas usinas param de produzir álcool e produzem açúcar e deixam o mercado desabastecido”, explicou o governador.

Ele afirmou que existem várias formas de fornecer as garantias que o mercado externo exige. Entre elas, a criação pelo governo federal de um fundo de aval para as exportações ou a construção de usinas não conversíveis, ou seja, usinas que só possam produzir álcool. “Mais do que qualquer coisa o que procuramos nessa reunião dos Estados produtores e de associações de produtores de álcool é uma formula pela qual o Brasil possa dar garantia aos importadores do produto de continuidade de fornecimento”, disse.

O Sindicato dos Produtores de Álcool entende que o grupo não está pedindo subsídios ou privilégios ao governo federal. o Sindicato diz que está oferecendo o enorme potencial do setor para ajudar na retomada do crescimento do país e na geração de empregos.

O Brasil participa com 27,32% da produção mundical de álcool. No Paraná, metade da safra de cana de açúcar é destinada à produção de açúcar e os outros 50% ao álcool, que totaliza 1,1 bilhão de litros por ano. De acordo com o governo, a indústria do álcool gera 70 mil empregos diretos e 500 mil indiretos no Estado.

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