A direção estadual da União Geral do Trabalhadores (UGT) no Paraná, anunciou, nesta segunda-feira, a adesão ao PSD, o novo partido fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM). Seguindo os passos do presidente nacional da central, Ricardo Patah, o presidente estadual da central sindical, Paulo Rossi, deve assinar sua ficha de filiação na próxima semana, assim que o registro do PSD for confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral, levando consigo outros dirigentes sindicais e os pré-candidatos da central nas eleições do ano que vem.
“Para sermos ouvidos precisamos não só termos uma central organizada, mas estarmos no parlamento. E o partido que nos abriu esse espaço foi o PSD. A UGT assumirá o instituto de formação do PSD, fará parte da Executiva Nacional e Estadual e terá espaço para suas candidaturas. Nenhum outro partido nos ofereceu isso”, disse Rossi, ao justificar a adesão.
Para o presidente do PSD em Curitiba, deputado Ney Leprevost, a adesão da central sindical também serve como uma resposta aos que carimbaram o partido como de direita. “Sempre ouvimos e trabalhamos juntos com o movimento social e, agora temos a UGT com tudo em nosso partido. Somos uma legenda plural e nosso programa será discutido internamente com todos. Não vamos enfiar nada goela abaixo de ninguém”, disse. “Participando ativamente das discussões partidárias, os sindicatos podem deixar nosso programa com a cara da UGT, colocando suas demandas no debate”, acrescentou.
Sempre defensor de causas empresariais, o deputado federal Eduardo Sciarra, presidente nacional do PSD, também defendeu a pluralidade do partido. “Temos a UGT e temos o empresário Afif Domingos, (vice-governador de São Paulo), temos a Kátia Abreu presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o ex-presidente da federação dos trabalhadores na agricultura, deputado Edson Pimenta (ex-PCdoB). Não podemos ser sectários, é a necessidade de democratizar os partidos políticos que fez nascer o PSD”, declarou.
Sciarra também comentou, após o evento, a aproximação do presidente do PSD, Gilberto Kassab da presidente Dilma Rousseff (PT). “É natural, ele é prefeito da maior cidade do país e precisa ter um bom relacionamento com a União. Além disso, colocou o partido à disposição da presidente, caso ela precise do nosso apoio para realizar as transformações que achamos necessárias. Mas nossa bancada é independente. Apoiaremos as boas iniciativas, mas seremos firmes na fiscalização e contrários a projetos que achamos prejudiciais, como a volta da CPMF”, disse.
O deputado também comentou a polêmica criada em torno das assinaturas obtidas pelo partido para viabilizar sua criação (O DEM tem impugnado o registro do partido em todos os tribunais eleitorais com a alegação de irregularidades nas assinaturas). Sciarra disse que é impossível se controlar 600 mil assinaturas para ter certeza de sua originalidade. “Por isso colhemos mais de um milhão de assinaturas. Assim, as inválidas já estão sendo descartadas pelos TREs que já nos autorizaram o registro em 16 estados. Então acredito que nesta quinta-feira o TSE julga procedente nosso registro”, disse, para depois lamentar a sistemática tentativa de impedir a criação do partido. “Estamos olhando para frente, queremos consumar nossa criação. Não fazemos juízo de valor, mas lamentamos se gastar energia tentando impedir a criação, de forma democrática, de um novo partido”.