Principal nome do PMDB na lista de indicados pela bancada da Câmara para assumir o Ministério da Saúde, o deputado Manoel Júnior (PB) recebeu doação indireta de dois laboratórios e de um plano de saúde em sua campanha no ano passado. Os valores somam um terço do que ele declarou à Justiça Eleitoral.

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Conforme relatório de divulgação das contas de campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), essas doações de empresas do setor de saúde foram feitas ao diretório nacional do PMDB ou à campanha majoritária do partido na Paraíba, e depois foram repassadas ao comitê do deputado. Juntas, as empresas deram R$ 355,7 mil à campanha do peemedebista, o equivalente a 33% da receita declarada ao TSE, pouco mais de R$ 1 milhão.

Da Bradesco Saúde, Manoel Júnior recebeu R$ 106 mil. Um repasse (R$ 100 mil) foi feito originalmente ao diretório nacional e outro, à campanha de Vital do Rêgo Filho, então candidato a governador (R$ 5,7 mil). O Biolab Sanus Laboratórios S/A e o Eurofarma Laboratórios S/A doaram, respectivamente, R$ 100 mil e R$ 150 mil, via diretório nacional do PMDB.

O deputado afirmou que não teve contato com os doadores que fizeram repasses a seu partido. “Não sabia de onde vinha. Recebi do meu partido. Meu partido estava me designando aquilo e eu aceitei de bom grado”, afirmou Manoel Júnior. “Biolab? Não sei nem onde fica. Nem lembro que tinha plano de saúde (como doador). Minha preocupação era apenas na prestação de contas.”

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Na prestação de contas de Marcelo Castro (PI), outro nome apresentado pelo líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), à presidente Dilma Rousseff na semana passada, há um doador ligado à área de saúde, uma clínica radiológica, que repassou R$ 25 mil.

Cotado. Aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Manoel Júnior é o nome mais cotado para assumir a Saúde. A divulgação de um vídeo em que o deputado sugere a renúncia de Dilma, além das críticas feitas ao programa Mais Médicos em 2013, colocaram em dúvida esse favoritismo.

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No entanto, um ministro próximo à presidente disse ao Estado que ele continua como nome mais provável para substituir Artur Chioro e que as divergências serão superadas. No PMDB, o discurso é o mesmo.

Manoel Júnior diz que suas declarações foram descontextualizadas. Ele afirma ser favorável ao Mais Médicos e que apenas fez ressalvas à “importação” de estrangeiros. “O Mais Médicos é um programa exitoso. O governo conseguiu levar médicos aonde não tinha.”

A Saúde é a pasta mais cobiçada pelos aliados por ter o maior orçamento da Esplanada, apesar da previsão do atual titular de que a verba será insuficiente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.