Fazendeiros do Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado de São Paulo, vão cobrar do governo paulista a aprovação de um projeto de lei de 2007 que prevê a regularização das áreas com mais de 500 hectares na região. De acordo com o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, apenas a aprovação, na semana passada, pela Assembleia Legislativa, da regularização das áreas com até 450 hectares não vai resolver os conflitos fundiários na região. “As áreas pequenas não são invadidas. O MST (Movimento dos Sem-Terra) e os outros movimentos só visam às áreas maiores”, disse Garcia.

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Segundo ele, os proprietários rurais estão se organizando para pedir ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) que faça gestões na Assembleia Legislativa para “tirar da gaveta” o PL 578, de 2007, que regulariza áreas acima de 500 hectares. Ele disse que, a exemplo da regularização das áreas até 450 hectares, essa também foi uma promessa do governo. “O então governador José Serra enviou esse projeto para a Assembleia em seu primeiro ano de governo. O tema não pode ter caído no esquecimento.” Conforme o ruralista, o projeto terá de ser ajustado para contemplar as propriedades acima de 450 hectares, não contempladas no projeto já aprovado. “Embora menores em número, essas áreas respondem por 90% das terras do Pontal. Não regularizar seria discriminar os produtores com 500 hectares ou mais”, disse.

De acordo com Cledson Mendes, da direção estadual do MST, que se opõe à regularização, as terras do Pontal estão nas mãos de latifundiários e são utilizadas para o monocultivo da cana ou estão improdutivas. Segundo ele, mesmo com os tribunais de justiça tendo confirmado que as terras são devolutas, pouco se faz para que as áreas sejam destinadas à reforma agrária e cumpram sua função social. De acordo com a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), o governo já mostrou que tem interesse na solução dos conflitos no Pontal. O projeto aguarda votação na Assembleia Legislativa.

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