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Twitter usa tecnologia para identificar conteúdo abusivo e combater robôs

Correção: O título da matéria e o terceiro parágrafo foram alterados para: “Twitter usa tecnologia para identificar conteúdo abusivo e combater robôs”
e “…que vem tomando medidas e investindo em tecnologias que ajudam na identificação de conteúdos considerados danosos, com discursos de ódio, e de contas automatizadas”. Segue texto corrigido:

O Twitter está no centro do debate político atual. Um mapeamento publicado pelo Twiplomacy, que faz estudos globais sobre uso e alcance das redes sociais, em julho do ano passado, mostrou que 97% dos governos de Estados membros da ONU utilizam a plataforma para se comunicar com seus cidadãos.

O presidente Jair Bolsonaro e muitos de seus ministros diariamente postam conteúdo e interagem pelo microblog, que virou uma espécie de “termômetro” sobre tudo aquilo que o presidente fala ou faz.

Fernando Gallo, gerente de políticas públicas do Twitter no Brasil, afirma que a saúde da conversa que acontece dentro da plataforma é uma prioridade para empresa, que vem tomando medidas e investindo em tecnologias que ajudam na identificação de conteúdos considerados danosos, como discursos de ódio, e de contas automatizadas.

“No começo do ano passado, zero por cento do conteúdo que a gente sancionava por abuso era levado às equipes de análise por meio da tecnologia, a gente dependia basicamente de denúncias. No começo desse ano, 38% dos conteúdos sancionados por abuso foram identificados por meio de tecnologia”, afirmou Gallo.

Ele é um dos convidados do seminário “Desafios da democracia no Brasil: inovação, participação e representação num mundo hiperconectado”, que será realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) no dia 4 de setembro, no Senado Federal, em Brasília.

Gallo afirma que o Twitter é, mais que outras redes sociais, uma plataforma de informação, por ser em tempo real e pública, já que qualquer pessoa, mesmo que não tenha uma conta, consegue ter acesso aos conteúdos que estão ali. “O Twitter é uma plataforma de liberdade de expressão, mas a gente quer também que as pessoas se sintam seguras para se comunicar dentro da rede”, disse Gallo, que pondera que isso não significa que a empresa tenha um papel de mediar os diálogos ali travados.

“Somos um espaço em que políticos, eleitores, cidadãos, jornalistas e demais partes interessadas nesse debate podem se expressar e ter acesso às declarações das outras pessoas de forma pública e aberta. O que temos são regras sobre os comportamentos e conteúdos que são permitidos na plataforma, que devem ser respeitadas por todos”, afirmou. No entanto, Gallo acrescenta que, mesmo não cabendo à empresa arbitrar o que é verdade ou não, ela tem atuado nos vetores primários pelos quais a desinformação se espalha. “Um exemplo desses vetores são os chamados robôs, que replicam em alta quantidade notícias falsas”, ressaltou.

e acordo com o Twitter, entre janeiro e março deste ano 100 mil contas foram suspensas por terem criado novos perfis depois de uma suspensão imposta pela política de regras da plataforma. Esse número representa um crescimento de 45% em relação ao mesmo período de 2018.

Além de Fernando Gallo, o seminário já tem entre seus participantes confirmados a cientista política e diretora executiva da Raps, Mônica Sodré; o cientista político da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e especialista em partidos políticos Fernando Guarnieri; o deputado federal e líder do PSB na Câmara dos Deputados, Tadeu Alencar; e a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP).

Entre os temas que serão debatidos estão a qualidade das decisões dos governantes diante de um ambiente virtual contaminado com notícias falsas e discursos polarizados; o direito à privacidade; a proteção de dados e o uso da inteligência artificial.

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