Cerca de 500 manifestantes divididos entre os apoiadores do governador José Roberto Arruda (sem partido) e os contrários à permanência dele no cargo protestam na manhã de hoje em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal. Mais cedo, houve tumulto quando policiais militares tentaram retirar estudantes da entrada que dá acesso ao plenário da Casa. Os manifestantes acabaram sendo retirados à força.
Usando carros de som e megafones, os grupos contra e pró-Arruda trocam acusações mútuas de que teriam sido pagos para protestar em frente à Câmara. “Vocês são um bando de vagabundos. Vai todo mundo comer farinha”, disse a líder comunitária Sandra Madeira, se referindo aos estudantes e aos demais manifestantes do “Movimento contra a Corrupção”. A acusação provocou protestos do grupo, que começou a gritar em coro: “Óleo de peroba, cara de madeira.”
Líderes comunitários e pastores a favor do governador estão exaltados e acusam os estudantes de terem depredado e pichado a cidade com os dizeres “Fora Arruda”. Quando a troca de acusações começou a acirrar os ânimos do manifestantes, a Polícia Militar (PM) fechou o acesso ao estacionamento da Câmara Legislativa e formou uma barreira humana para separar o carro de som da Central Única dos Trabalhadores (CUT), usado pelos estudantes, e o outro, dos simpatizantes do governador.
Hoje serão eleitos os presidentes da comissão especial que analisará os pedidos de impeachment contra Arruda, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), responsável pela análise dos processos disciplinares contra os dez deputados acusados de envolvimento no esquema de corrupção local, conhecido como “mensalão do DEM”.