Tucanos tentarão falar a mesma língua no Paraná

O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, está convocando para o próximo dia 5 de março uma reunião entre lideranças e os integrantes da executiva para começar a definir uma linha única para o partido no Estado. Desde as eleições do ano passado, o PSDB do Paraná vem falando várias línguas e o dirigente tucano acha que já passou da hora de o partido se entender.

A gota d?água foi o conflito entre o governador Roberto Requião (PMDB) e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Rossoni afirmou que o episódio, em que o governador denunciou um suposto pagamento irregular autorizado pelo irmão do prefeito, José Richa Filho, quando diretor financeiro do DER em 2002, acelerou a exigência de uma postura do partido. ?Está chegando o momento. Não há mais como adiar a definição de uma linha. Alguém vai sair perdendo. Alguém vai sair ganhando. Isso é natural?, disse.

Para Rossoni, o PMDB sabe muito bem quem é seu adversário no Paraná. Falta o PSDB ocupar sua posição. ?Eles sabem que os adversários somos nós. E nós temos que nos entrincheirar. E isso só é possível se estivermos unidos?, afirmou. Para recuperar a unidade, o partido vai ter que, antes, tratar das seqüelas deixadas pela divisão na campanha eleitoral, quando estourou uma guerra interna que levou tucanos para os palanques do senador Osmar Dias (PDT) e do governador Roberto Requião (PMDB) e causou o rompimento entre Rossoni e Brandão.

Pauta aberta

O encontro tucano do início de março terá pauta aberta. É para que cada um se sinta à vontade para dizer o que pensa sobre o presente e o futuro do partido, explicou Rossoni. As posições mais esperadas são as do prefeito, do vice-presidente do partido, Hermas Brandão, e do senador Alvaro Dias.

São as vozes que mais podem influenciar a posição da bancada estadual, que em sua maioria está alinhada ao Palácio Iguaçu. Dos sete deputados, apenas Rossoni e Ademar Traiano integram formalmente o bloco de oposição ao governo. Já se sabe que entre as lideranças do partido há discordância sobre como deve proceder a direção em relação à bancada. Se alguns defendem a expulsão de quem se recusar a se opor ao Palácio Iguaçu, há também quem defenda a manutenção da liberdade de ação para a bancada.

Para Rossoni, a postura dos deputados não é o foco principal das discussões do partido. ?O que me preocupa é a dubiedade de posições. O fato de termos deputados favoráveis ao governo não é novidade. E alguns já são desde o mandato passado. O que é mais grave está naqueles que mudam de posição a todo o momento?, declarou o presidente estadual do PSDB, sem identificar o alvo de suas críticas.

Pragmatismo

Rossoni disse que, por ordem de prioridades, o importante é que o PSDB decida como vai atuar nestes próximos anos, começando pela definição dos seus candidatos às eleições municipais e terminando com a decisão sobre ter um candidato à sucessão estadual de 2010. ?O partido precisa dizer como irá fazer nas eleições municipais. Vai ter candidato à Prefeitura de Curitiba? Vai ter candidato ao governo? Como é que vai ser isso? Cada um puxando para um lado ou todos caminhando no mesmo sentido??, questionou.

Um das discussões inevitáveis no encontro do dia 5 deve ser a estratégia governista de criar comissões parlamentares de inquérito para acuar a oposição. Uma delas para investigar a denúncia do governador. ?Eles já fizeram várias. E só fizeram essa porque acreditaram no boato de que a oposição tinha prontas cinco propostas de CPIs?, disse. 

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