Um dia após o presidenciável do PSDB, José Serra, ter saído em defesa do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, dirigentes tucanos afirmaram ontem que o partido fez uma sondagem com colaboradores financeiros da campanha a fim de saber se houve desvio de recursos doados. Segundo reportagem da revista IstoÉ, em agosto, o engenheiro da Dersa foi acusado de ter arrecadado e desviado R$ 4 milhões da campanha de Serra. A informação foi citada pela candidata do PT, Dilma Rousseff, em debate na Band no domingo.

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“Paulo Souza nunca foi visto por mim nem por nenhum de nós no trabalho de organização financeira da campanha. Ele nunca participou de nada que tivesse a ver com a campanha”, afirmou o presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE). De acordo com o tucano, assim que a reportagem da IstoÉ foi publicada, integrantes da área de arrecadação teriam entrado em contato com empresários para questioná-los sobre eventual abordagem de Souza – o ex-diretor da Dersa foi um dos responsáveis pela execução do Rodoanel, obra de mais de R$ 5 bilhões. “Procurei conversar com vários contribuintes da campanha. Nenhum deles revelou qualquer abordagem de nenhum tipo de outras pessoas que não fossem do comitê financeiro”, afirmou Guerra.

O presidente do PSDB acusou o PT de “safadeza” e de articular uma “manobra vagabunda” para encobrir o escândalo de tráfico de influência na Casa Civil. “Esse caso, para nós, está encerrado. O que a gente quer saber é onde está Erenice (Guerra, ex-ministra da Casa Civil) e como está a relação dela com Dilma”, disse.

No PT, o caso é visto como oportunidade de ofensiva ao discurso de Serra sobre ética e corrupção no governo federal. A bancada do partido na Assembleia Legislativa requereu ontem à Procuradoria-Geral de Justiça investigação sobre Paulo Souza. O documento de 26 páginas foi subscrito por 32 deputados, dos quais 12 eleitos dia 3.

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