Foto: Ciciro Back/O Estado |
Gustavo Fruet é uma das opções de candidatura própria. continua após a publicidade |
Embalados pelas pesquisas de intenções de voto para a presidência da República, os tucanos paranaenses fazem planos para 2006 também amparados em novos números sobre a sucessão estadual. Ontem, o vice-presidente regional do partido, deputado estadual Hermas Brandão, apresentou ao prefeito de Curitiba, Beto Richa, os resultados da pesquisa que encomendou sobre as possibilidades do partido para as eleições do próximo ano. "Está tão bom aqui quanto lá", afirmou o presidente da Assembléia, sem revelar os dados coletados em todo o Estado entre mais de quatro mil eleitores nestes primeiros dias de dezembro.
Brandão, que está de olho numa candidatura ao Senado e já foi um entusiasta de um acordo com o PMDB para apoiar a reeleição de Requião, afirmou que a posição privilegiada do PSDB no quadro nacional – a pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o prefeito de São Paulo, José Serra, venceria o presidente Lula – proporciona ao partido uma situação confortável para definir seu palanque e candidaturas no Estado, ao mesmo tempo em que poderá vir a exigir que o candidato ao governo seja um nome do PSDB.
Para Brandão, as dificuldades para uma composição com o senador Osmar Dias (PDT), que depende do fim da verticalização das coligações partidárias e da decisão da direção nacional de não lançar um candidato à sucessão presidencial para fechar um acordo com os tucanos, leva o PSDB a não descartar nenhuma outra hipótese. "Se você tem um candidato a presidente que puxa votos, isso reflete no Estado. Mas nós precisamos das definições lá de cima antes de resolver", avaliou o dirigente tucano.
Entre as alternativas do PSDB estão o deputado federal Gustavo Fruet, o senador Alvaro Dias e também Beto Richa. No caso do prefeito de Curitiba, é uma candidatura menos provável, disse Brandão. "É difícil sair da Prefeitura com um ano e meio, dois de mandato, para se candidatar. Mas nada que não possa ser analisado com muito carinho", comentou o presidente do partido.
Balança
Para o presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, o bom desempenho nacional do partido na corrida presidencial faz do PSDB o que chamou de "fiel da balança" no Estado. "Ganhamos força agora. A eleição de presidente é fundamental. Veja o que aconteceu no Paraná. Quem ganhou a eleição aqui para o governo foi o Lula", afirmou Rossoni.
O presidente estadual do partido é mais resistente à tese de que o crescimento do PSDB na sucessão presidencial força a definição por uma candidatura própria do partido, desde já. "Temos que trabalhar com as várias hipóteses. O que não podemos é deixar que se contamine o partido com interesses pessoais. Para ganhar a eleição de presidente da República, dependemos de alianças. Aqui também é assim. Acho que podemos dizer com certeza agora é que o primeiro requisito para um candidato ao governo ter o nosso apoio é que ele apóie o nosso candidato a presidente", afirmou.
Para Rossoni, ainda não é possível desistir do acordo com o PDT. "O nosso enfoque será a eleição nacional, mas eu tenho certeza que o senador Osmar Dias vai trabalhar para que o PDT nacional esteja com o nosso candidato a presidente", afirmou o dirigente estadual.