Foto: Valquir Aureliano/O Estado

Ex-deputado federal e ex-ministro Euclides Scalco: ?Não se pode passar uma campanha em atritos, agredindo-se uns aos outros?.

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O ex-deputado federal, Euclides Scalco, avaliou ontem que o PSDB vai se distribuir entre os palanques do governador Roberto Requião (PMDB) e do senador Osmar Dias (PDT), independente do resultado do julgamento sobre a validade da aliança entre tucanos e peemedebistas. E é com essa realidade que Scalco assume hoje, 27, a coordenação do conselho político da campanha do senador Osmar Dias (PDT) ao governo. O conselho será formado por representantes de todos os partidos que compõem a coligação Paraná da Verdade.  

Scalco afirmou que a divisão entre os tucanos foi sacramentada na convenção do PSDB, que aprovou a aliança com o PMDB, por uma diferença de cinco votos. Até o final da campanha Scalco não acredita que essa situação se altere. ?O partido rachou na convenção e recomposição é conversa para o futuro porque está meio a meio entre os diretórios municipais?, afirmou Scalco, que integra o diretório estadual.

Ele informou que vai ajudar o prefeito de Curitiba, Beto Richa, na campanha do candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin. Mas acha que o fato de o partido do senador Osmar Dias (PDT) ter um candidato à presidência da República, o senador Cristovam Buarque, não atrapalha as articulações das duas candidaturas. ?É uma situação difícil e complexa. Mas vamos administrar com equilíbrio e bom senso?, afirmou.

O coordenador do conselho político de Osmar disse que está esperando que o senador apresente as diretrizes de sua campanha na reunião de hoje, mas acha que o primeiro passo é montar uma estrutura de suporte à candidatura em todo o estado. Em Curitiba e Região Metropolitana, Scalco acha que os vereadores terão um papel fundamental na campanha de Osmar, que tem a maior parte de sua base eleitoral na área rural, assim como o seu candidato a vice-governador, o ex-prefeito de Toledo, Derli Donin (PP).

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Scalco considera essencial que Osmar mantenha uma linha serena de campanha, evitando alimentar as eventuais provocações dos adversários. ?Não se pode passar uma campanha em atritos, agredindo-se uns aos outros. A linha terá que ser a de discussão de propostas?, afirmou Scalco. Ele admitiu, entretanto, que o senador pode alterar o tom da campanha ?durante o jogo? e que, entre os adversários de Requião, depois de Osmar, o candidato do PPS, Rubens Bueno, é o que mais pode crescer durante a campanha.

Sucessão presidencial

Ex-coordenador da campanha à reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-deputado, Euclides Scalco, disse que acredita cada vez mais na realização do segundo turno entre o presidente Lula e Alckmin. Segundo ele, a mais recente pesquisa Ibope, mostrando Lula vencedor no primeiro turno, mas com queda de cinco pontos percentuais, não deixa mais dúvidas sobre o segundo turno. E com segundo turno, Alckmin sairia em vantagem, avalia o tucano. ?Candidato que está no poder, se vai para o segundo turno, vai em desvantagem. Porque se tivesse força, ganhava no primeiro turno?, avaliou.

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Scalco não está preocupado com o lento crescimento de Alckmin. Disse que, na primeira eleição, Fernando Henrique começou a campanha com 6%. Ele reconhece que a situação é diferente, já que FHC tinha o Plano Real. Para Scalco, entretanto, Alckmin também tem o seu trunfo. ?A administração dele em São Paulo. Ele saiu com 70% de aprovação e tem muito o que apresentar?, comentou.

Sobre a senadora Heloísa Helena, Scalco acha que não representa risco ao candidato tucano. ?Ela é nesta eleição o que foi o Ciro Gomes em 2002. Ele fez uma votação excelente e deu segundo turno?, afirmou.