O PSDB em Roraima rachou e segue dividido para o segundo turno ao governo do Estado. A secretária-geral do partido, Marluce Pinto, o tesoureiro Evandro Moreira, que é seu irmão, e o deputado federal Urzeni Rocha abandonaram a campanha para reeleição do governador Anchieta Júnior e se aliaram a seu adversário, Neudo Campos, que disputa o governo pelo PP. Com o rompimento, o tucano perde uma aliada de peso. Marluce é viúva de Ottomar Pinto, que escolheu o então desconhecido Anchieta para ser seu vice e de quem ele herdou o mandato.
A viúva, o cunhado e uma das filhas de Ottomar – Marília Pinto, que é vice na chapa de Neudo – acusam Anchieta de “ingratidão” e de ter dado prioridade à candidatura de adversários de Marluce, que no dia 3 de outubro foi derrotada para o Senado. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), integrava a coligação e saiu vencedor das urnas. “O tratamento que ela recebeu não foi o esperado”, diz Evandro Moreira, porta-voz da irmã, que ainda está reclusa em Fortaleza (CE).
Para Urzeni Rocha, o governador fez “campanha ostensiva e implacável” contra os membros de seu próprio partido. “Ele não tem um projeto para o povo de Roraima. Só quer ter o poder e se beneficiar dele”, afirma.
O grupo tucano, que também inclui três prefeitos e um deputado estadual, acusa Anchieta, presidente do diretório regional, de infidelidade partidária por ter ignorado o presidenciável José Serra (PSDB) durante a campanha ao primeiro turno e diz que vai levar a questão à Executiva Nacional do PSDB.
Anchieta reagiu à ruptura com demissões. Trocou secretários indicados pelos ex-aliados e mandou exonerar qualquer servidor comissionado ligado a eles. Procurado pela reportagem, ele informou pela assessoria de imprensa que não se pronunciará.