Enquanto planeja a próxima fase da pré-campanha do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo, o PSDB ainda tenta atrair o senador Osmar Dias (PDT) para um acordo em que oferece a vaga de candidato ao Senado na chapa tucana.
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, esteve ontem no gabinete do senador pedetista, em Brasília, e o presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, declarou que ainda vê o que chamou de “janela” para uma composição.
Mas o senador Osmar Dias não aparenta disposição para conversar nestes termos com os tucanos. “Se o presidente do PSDB acha que tem uma brecha para conversar, só se for para me propor apoio. Não veja nenhuma outra brecha”, reagiu o senador, que viu os tucanos darem mais um passo na candidatura própria ao apresentarem a pré-candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, em reunião na segunda-feira passada.
Ele também minimizou a visita de Guerra ao seu gabinete. “Foi um dos dez senadores que passaram por aqui hoje. Ele tomou só um café comigo. Não teve nenhuma conversa política. Não há mais o que falar”, disse Osmar, que discute uma aliança com o PT do Paraná.
O pedetista esperava ter o apoio do PSDB à sua candidatura ao governo este ano, reproduzindo o mesmo leque de partidos que sustentaram a candidatura à reeleição de Beto em 2008. “A dificuldade é que o candidato do PDT é candidato desde 2008. E o candidato do PSDB não era candidato em 2008”, comentou o senador.
Os aliados do senador, como o líder do PDT na Assembleia Legislativa, Luiz Carlos Martins, são menos incisivos que o senador. “Um dos dois teria que deixar de ser candidato ao governo. Como não existe essa disposição por parte de nenhum deles…”, observou o deputado.
Se em 2006, a dúvida era saber se Osmar seria candidato ao governo, agora, a pergunta é quais serão seus aliados, afirmou o líder da bancada pedetista. Citado pelo presidente estadual do PSDB, em seu twitter, como um dos que se empenham em juntar novamente pedetistas e tucanos, o presidente estadual do PDT, Augustinho Zucchi, disse que o partido não recua da candidatura de Osmar.
“Se o PSDB quer conversar conosco é porque pensa que pode apoiar o senador para o governo”, disse. Já o presidente do PSDB preferiu não revelar o que sustenta sua avaliação de que ainda é possível compor com Osmar. Ao invés disso, optou por fazer uma comparação.
Disse que há muito mais possibilidades de o PSDB ter o PDT no seu palanque do que o PMDB, que tem um pré-candidato ao governo, o vice-governador Orlando Pessuti, com frágil desempenho nas pesquisas de intenções de votos e abriga um grupo que já negocia com os tucanos o apoio ao prefeito de Curitiba. “Nosso antagonismo com o PMDB é maior do que com o PDT”, disse.