Tucanos infiéis apelam por trégua

O conselho de ética do PSDB negou ontem a prorrogação de prazo em mais dez dias para a apresentação da defesa do deputado Luiz Nishimori, que tem até a próxima sexta-feira, dia 25, para rebater a acusação de infidelidade partidária. No dia 11 de junho, a comissão executiva estadual vota o parecer do relator, Carlos Alberto Garcês, sobre o pedido de expulsão de Nishimori, líder da bancada estadual do PSDB, que está em viagem ao Japão, junto com a comitiva do governador Roberto Requião (PMDB).

A ameaça de punição a Nishimori já está tendo efeitos. O deputado Luiz Accorsi, que integra junto com Nishimori, Luiz Fernandes Litro e Francisco Burher, o grupo de aliados do governo, admitiu que a ameaça de punição ao líder da bancada pode fazer o grupo a rever algumas posições e ceder, em parte, à pressão da executiva estadual.

Accorsi disse que na próxima segunda-feira, dia 28, o grupo terá uma reunião com o prefeito de Curitiba, Beto Richa, para conversar sobre as posições que irão adotar. O deputado tucano afirmou que o grupo poderá seguir o partido em determinadas votações, como a de pedido de informações. ?Vamos fazer o que o PSDB quer, porque daqui a pouco somos nós?, afirmou Accorsi, revelando o receio de que a executiva estadual também instaure processo de expulsão contra todo o grupo.

Ainda na segunda-feira, os três deputados pretendem conversar também com o presidente do conselho de ética, Ademar Traiano, e o presidente estadual do partido e líder da bancada de oposição, Valdir Rossoni, para chegar a um acordo. ?Vamos conversar para ver se temos que votar juntos nos pedidos de informações ou projetos também. Queremos saber se são todos os projetos da oposição ou só do PSDB?, disse o deputado.

Defesa

O advogado do líder da bancada, Paulo Ferraz, disse que diante da decisão do conselho, a defesa de Nishimori será apresentada no prazo, mas sem a presença do deputado. O advogado disse que o conselho pré-julgou Nishimori, ao recusar a ampliação do prazo alegando que o deputado viajou a convite do governador Roberto Requião (PMDB).

Segundo o advogado, Nishimori foi convidado pelo governo japonês, já que é o coordenador das comemorações dos 100 anos da imigração japonesa no Brasil. Ferraz afirmou ainda que Nishimori foi citado pelo conselho na véspera da viagem, que já estava agendada há muito tempo. ?Eles já entraram no mérito da questão, quando o que estávamos pedindo era apenas a dilatação do prazo. Eles já estão pré-julgando sem ao menos termos apresentado a defesa?, afirmou o advogado. 

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