A executiva estadual do PSDB decidiu reformar todas as comissões provisórias do partido nos municípios. O início do processo de reestruturação será na próxima sexta-feira, 25, em Francisco Beltrão, no primeiro dos encontros regionais que os tucanos farão neste primeiro semestre para remover os aliados do governador Roberto Requião (PMDB) do comando do partido no interior do Estado.
?Tem muito laranja por aí?, justificou ontem o presidente da Comissão de Ética, deputado Ademar Traiano, citando que as mudanças nas direções dos partidos nos municípios devem aleijar os deputados alinhados ao Palácio Iguaçu. ?Foram os deputados estaduais e federais que formaram as comissões provisórias. São fundamentais à sobrevivência deles no partido?, afirmou.
O deputado tucano afirmou que não será aprovada uma comissão, cujos integrantes suscitem dúvidas sobre sua postura de oposição ao governo. ?Os que não tiverem postura firme não passam?, afirmou Traiano, que vai conduzir o julgamento do pedido de expulsão do líder da bancada estadual, Luiz Nishimori.
Em viagem ao Japão, na comitiva do governador Roberto Requião (PMDB), o deputado Luiz Nishimori pediu mais dez dias de prazo para apresentar sua defesa. A decisão caberá a Traiano e aos suplentes dos deputados Gustavo Fruet e Affonso Camargo, Eduardo de Carvalho Martins e Alberto Garcês Duarte Fiho, ao prefeito de São José dos Pinhais, Leopoldo Costa Meyer, e do ex-deputado estadual Joel Coimbra. Gustavo e Affonso Camargo são integrantes da executiva e não vão participar do processo, informou Traiano.
Só o começo
O presidente da Comissão de Ética afirmou que existe uma tendência do grupo em rejeitar o pedido de prorrogação de Nishimori. Segundo Traiano, embora Nishimori tenha justificado que está em missão parlamentar oficial, a convite do governo do Japão, a percepção da comissão é que ele é um convidado do governador peemedebista na comitiva. E isso apenas agrava a situação dele, disse Traiano.
Ele também considera descabida a crítica de Nishimori à posição da executiva estadual, que está ameaçando punir só a ele por desobediência à linha de oposição do partido, deixando livre os outros três deputados que também pertencem à base de sustentação do governo. Segundo Traiano, ao caso de Nishimori devem se suceder outros. ?É apenas o começo. A ponta do iceberg?, disse.
A decisão da executiva sobre conceder mais prazo para Nishimori se defender será anunciada hoje. Se a Comissão de Ética negar a solicitação, o deputado terá que apresentar suas explicações até a próxima sexta-feira, 25.