Os três concorrentes da eleição interna do PSDB que definirá no domingo o candidato do partido na eleição municipal de São Paulo participaram na noite desta terça-feira de uma debate tenso e pontuado por críticas indiretas.

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No evento, que foi promovido pelo jornal Folha de S.Paulo, correligionários do empresário João Doria, do vereador Andrea Matarazzo e do deputado federal Ricardo Tripoli trocaram provocações e chegaram a bater boca.

Por uma determinação do diretório municipal tucano, os pré-candidatos não puderam fazer perguntas entre si e responderam apenas questionamentos da plateia e de jornalistas. Fundador do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), Doria foi questionado sobre a denúncia, feita pelo vereador Adolfo Quintas (PSDB), de que ele estaria “cooptando” apoios mediante compensação financeira.

“Sou empresário privado. Não tenho função pública. Aqueles que participam conosco é porque querem”, respondeu. Em seguida, o empresário ressaltou que, ao contrário dos adversários, que ocupam cargos eletivos, ele não teria “respaldo público”. O comentário irritou Matarazzo. “João Doria disse que nós temos respaldo público. Nós não temos respaldo público nenhum”, respondeu o vereador.

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Da plateia, um aliado de Doria chamou Quintas de “pilantra” e foi repreendido por um correligionário de Matarazzo. “Pilantra é você”. O vereador então saiu em defesa do colega de parlamento. “O vereador Adolfo Quintas falou algo que ele deve saber. Falou por conta e risco. Não admito que se fale de um vereador assim”, disse Matarazzo.

Afinidade

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Tripoli e Matarazzo, prováveis aliados em um eventual segundo turno, demonstraram afinidade no discurso e evitaram críticas entre si. Ambos minimizaram o apoio do governador Geraldo Alckmin a Doria. “Apoio você conquista. Cada eleitor tem um voto. O voto do Zé Favela é igual ao do governador, do senador e do ex-presidente”, disse Tripoli.

Em uma indireta a Doria, que é filiado ao PSDB desde o ano 2000, mas nunca teve vida orgânica na legenda, o deputado afirmou que sua militância é antiga e que não precisa ser “apresentado” aos militantes.

Para ressaltar o apoio de Alckmin, Doria levou ao debate os secretários estaduais Saulo de Castro Abreu (Governo), João Carlos Meirelles (Energia) e Felipe Sigollo (adjunto de Desenvolvimento Social).

O empresário também foi cobrado, em um pergunta da plateia, por uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo que revelou que ele fez doações para políticos do PT, do PCdoB e até para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), que disputou o governo paulista em 2014 fazendo críticas a Alckmin. “O Lide não tem posição partidária. José Aníbal (presidente do Instituto Teotônio Vilela e aliado de Tripoli) já participou de nossos eventos. Fizemos doações para candidatos do PCdoB, DEM, PT”, disse o empresário.

Já Matarazzo foi cobrado por ter permanecido na gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) quando ele disputou, em 2008, a reeleição contra Alckmin. “Cumpri o mandato do Serra (que foi eleito em 2004, mas deixou o mandato na metade para disputar o governo paulista). Quando eu estava na prefeitura, fui perguntar a ele (Alckmin) se achava que eu deveria sair. Ele respondeu: ‘Não há menor necessidade disso.'” Matarazzo foi secretário das subprefeituras de Kassab e deixou o governo municipal em 2009.

Em outro momento, o vereador foi questionado sobre uma declaração do senador tucano José Serra, que é seu aliado, dizendo que considera “irritante” o carnaval de rua São Paulo organizado pela gestão Fernando Haddad (PT) e o fechamento da Avenida Paulista aos domingos.

“Serra estava irritado com o carnaval de rua porque mora na Vila Madalena. Por isso se incomodou um pouco. Ninguém está reclamando do fechamento da Avenida Paulista. É uma coisa que funcionou. As pessoas gostam, mas pode se aperfeiçoar. Isso não pode ser o problema central.”