Tucanos evitam falar de Azeredo em evento em BH

O ex-ministro Pimenta da Veiga foi oficializado pré-candidato ao governo de Minas nesta quinta-feira, 29, em evento em Belo Horizonte marcado pelo constrangimento de lideranças do partido quando questionados sobre a situação do ex-deputado Eduardo Azeredo (MG). Ele renunciou ao cargo na quarta-feira, 19, com o peso sobre a cabeça de um pedido de 22 anos de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o tucano responde a acusações de peculato e lavagem de dinheiro por envolvimento no chamado mensalão tucano.

Apesar de o presidente nacional da legenda e possível candidato tucano à Presidência, senador Aécio Neves (MG), negar que a situação do correligionário seja um problema para o partido, se mostrou visivelmente indisposto de falar sobre a questão. Apenas repetiu que Azeredo é “conhecido e reconhecido e respeitado pelo mineiros como um homem de bem” e, questionado sobre a possibilidade de o PT usar o tema para ataques ao PSDB na campanha eleitoral, foi direto: “não temos que rebater nada. Nossa história fala por nós”. “Sobre esse assunto eu já falei o que eu tinha a dizer”, declarou, encerrando a breve entrevista que concedeu após o evento oficial.

Após ter a pré-candidatura ao governo de Minas oficializada, Pimenta também saiu em defesa do ex-deputado, a quem disse ter “grande respeito e apreço”. “Até porque o que há por enquanto são acusações. Não temos nenhuma dificuldade em falar e enfrentar o assunto”, disse. Mas, questionado sobre a participação do colega na campanha, admitiu que a questão precisa ser “examinada”. “O que ele nos disse é que pretende agora dedicar todo seu tempo à defesa de sua honra. Se ele requisitar alguma coisa, vamos examinar. Mas quer dedicar seu tempo a provar sua inocência, o que é extremamente justo”, afirmou.

Azeredo estava ausente do evento, realizado no clube Mackenzie, na região centro-sul da capital mineira, mesmo local onde foi lançada a pré-campanha do atual governador do Estado, o também tucano Antonio Anastasia. Para Pimenta da Veiga, o ex-deputado não compareceu “porque renunciou e está afastado da vida pública”. “Ele é permanentemente convidado. Mas foi uma decisão pessoal”, salientou. Já o presidente do diretório mineiro do PSDB, deputado federal Marcus Pestana, disse apenas que “todos os deputados (do partido) foram convidados”.

Coube a Pestana fazer a defesa de Azeredo no plenário da Câmara na quarta-feira, já que a carta de renúncia foi entregue ao presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pelo filho do então parlamentar, Renato Azeredo. Eduardo Azeredo é acusado de participar de esquema de desvio de recursos de estatais em 1998 para financiar sua campanha pela reeleição ao governo de Minas.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna