Foto: Ed Ferreira/Agência Estado

 Governador Aécio Neves (MG), ex-presidente FHC, o senador Tasso Jereissati, prefeito José Serra e governador Geraldo Alckmin (SP).

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Último a falar na VIII Convenção Nacional do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez um discurso duríssimo e cheio de críticas ao governo, mas não citou o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem de qualquer petista. FHC disse que o mínimo que se espera de qualquer governo é decência e afirmou que o PSDB vai ganhar as eleições de 2006 para restituir a decência que teria sido esquecida durante o governo atual.

"Vamos ganhar as eleições em 2006 e restituir o que se espera de um governo: a decência. Decência implica em dizer basta. E o Brasil vai dar um basta ao que aconteceu nesses anos", discursou. Numa crítica velada a Lula, FHC disse que não adianta dizer que outros também erraram no governo e afirmou que é preciso apontar o culpado para que ele seja preso.

O ex-presidente disse que nunca viu tanta corrupção num governo e que viu a queda de muitos presidentes, mas nenhum deles foi acusado de corromper as instituições. "Lugar de ladrão é na cadeia e há de dizer quem é o ladrão, não adianta jogar na vala comum e dizer que todos fizeram a mesma coisa. Que se aponte o culpado e coloque na cadeia. Nunca vi uma corrupção como a atual, corrupção de instituições. Já assisti à queda de mais de um presidente, mas nenhum deles foi acusado de corromper as instituições. Denuncismo fizeram eles, quem rompeu esse mar de lama não fomos nós, foi a mídia", discursou o ex-presidente, muito aplaudido pelos presentes ao encontro.

Antes de seu discurso, o ex-presidente FHC passou mal. Ele não chegou a cair, mas teve uma queda de pressão e foi tirado do palco pela ex-assessora de imprensa Ana Tavares. FHC estava se recusando a fazer exames, mas foi atendido por homens da brigada socorrista particular contratada pelo PSDB em uma sala ao lado do palco.

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Cumprindo o protocolo previsto, o PSDB elegeu no início da tarde de ontem o senador Tasso Jereissati (CE) para a presidência do partido, além dos demais dirigentes da executiva nacional. Duas vezes governador do Ceará e já tendo ocupado a presidência nacional do PSDB uma vez, Jereissati terá a responsabilidade de comandar o partido na campanha eleitoral do próximo ano, quando os tucanos vão tentar recuperar o governo federal perdido para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, em 2002.

Com sete governadores, 15 senadores (segunda bancada da Casa), 53 deputados federais (quinta bancada) e centenas de prefeitos, o PSDB tem até o momento dois nomes disputando a preferência do partido para concorrer à eleição: o prefeito de São Paulo, José Serra, que foi derrotado por Lula da última vez, e o governador paulista, Geraldo Alckmin.

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Em discurso na VIII Convenção Nacional do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, rasgou elogios ao prefeito de São Paulo, José Serra, seu concorrente direto na disputa pela candidatura tucana nas eleições presidenciais de 2006. Segundo Alckmin, os grandes trunfos do partido são as vitrines estaduais e municipais e nomes competentes como o do prefeito. "É um dos homens públicos mais respeitáveis do País e está recuperando uma cidade varrida pelo tsunami petista", disse.

O prefeito de São Paulo, José Serra, fez duros ataques ao governo Lula. O tucano, que transmitiu a presidência do partido ao senador Tasso Jereissati (CE), disse que há falhas graves no gerenciamento de programas sociais e na política econômica da gestão petista. 

Paranaenses  ficam com sete vagas

Elizabete Castro

Os tucanos do Paraná obtiveram sete vagas na direção nacional do PSDB, eleita ontem na convenção realizada em Brasília. O senador Alvaro Dias e o ex-deputado Euclides Scalco integram a executiva. Já os deputados federais Affonso Camargo, Gustavo Fruet, Luis Carlos Hauly, o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, e o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, fazem parte do novo diretório nacional.

As candidaturas majoritárias estaduais de 2006 não ganharam muito espaço nas discussões da convenção, voltada para a sucessão presidencial. Para Brandão e Rossoni, entretanto, o tom das disputas nos estados já está dado pelas articulações nacionais. E ontem, em Brasília, o rumo do PSDB nacional estava apontando para uma busca de alianças com o PMDB, PDT e PPS, disse Rossoni.

"Estas composições fazem parte de todas as especulações", disse o presidente estadual do partido, respondendo ao senador Alvaro Dias, que considera uma invenção paranaense a hipótese de um acordo eleitoral do PMDB com o PSDB. "O senador não deve estar lendo os jornais nacionais. Na convenção, a conversa foi essa. Eu não estou defendendo esse acordo. Mas é sobre isso que está se falando", disse o presidente do partido.

Um dos primeiros a cogitar a hipótese, Brandão comentou que o projeto nacional vai ser determinante para as costuras estaduais. "Volto a afirmar que temos um projeto nacional e que é prioritário", disse Brandão.

Boas relações

Numa demonstração de que está disposto a regar as boas relações com os tucanos paranaenses para dar suporte a uma possível candidatura ao governo no próximo ano, o senador Osmar Dias (PDT) compareceu à convenção nacional do PSDB. "Fiz questão de vir cumprimentar os novos dirigentes e os representantes do Paraná. Tenho com todos eles relações de amizade e respeito. Já fiz parte do PSDB e mesmo depois de ter saído do partido, mantenho uma convivência cordial com os senadores e deputados tucanos", disse o senador, que também fez mais um aceno ao PSDB, ao citar que o PDT do Paraná poderá apoiar um candidato tucano à Presidência da República.

"Acredito que, com ou sem a verticalização, o PDT do Paraná pode vir a apoiar o candidato do PSDB à Presidência da República. No encontro de novas filiações do PDT, que realizamos em Curitiba, recebemos a presença do presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, e do ex-ministro Euclides Scalco. Minha presença é uma retribuição e uma demonstração do meu apreço pelos tucanos", afirmou.