Foto: Arquivo/O Estado |
Hermas e Requião em recente encontro da aliança na Boca Maldita: compasso de espera. continua após a publicidade |
Há uma semana do início da campanha eleitoral, peemedebistas e tucanos estão com dificuldades para fazer a propaganda de suas candidaturas. A campanha majoritária não sabe quanto tempo de programa vai ter que produzir para o rádio e a televisão e os candidatos proporcionais não sabem como identificar seus panfletos e outros materiais de propaganda, enquanto a Justiça Eleitoral não decidir se vale a aliança entre PMDB e PSDB, aprovada na convenção realizada no final de junho, em Curitiba. Se forem seguidos à risca os prazos da Justiça Eleitoral, é possível que a decisão seja conhecida apenas no final do mês.
Como a legislação eleitoral é rígida quanto à identificação do material de campanha, exigindo que em cada material conste os nomes da coligação, do candidato a governador, do candidato a vice-governador, do candidato ao Senado, incluindo o primeiro e o segundo suplentes, alguns candidatos do PSDB e do PMDB à Assembléia Legislativa e Câmara dos Deputados ficam em dúvida sobre o que estampar na propaganda. "Estamos sem propaganda", reclamou o presidente estadual do PSDB, deputado estadual Valdir Rossoni, candidato à reeleição. Segundo Rossoni, o melhor mesmo para os dois lados seria desistir dessa queda-de-braço e cada um fazer sua campanha como se não houvesse coligação. "Esse imbróglio não vai se decidir tão cedo e o melhor para todo mundo seria eles desistirem dessa coligação para cada um tocar a sua vida", afirmou o dirigente tucano.
Rossoni afirmou que o governador Roberto Requião não precisa do tempo adicional de propaganda na televisão e rádio que a coligação proporcionaria à sua candidatura. O PMDB tem 2 minutos e 44 segundos, aos quais se somariam os 2 minutos e vinte e oito segundos dos tucanos. "O Requião é inteligente, bem articulado. Não precisa do nosso tempo. Vamos para o embate. É muito mais salutar", provocou o dirigente do PSDB.
Em frente
Já alguns peemedebistas não adiaram a campanha por conta do impasse sobre a aliança. O secretário-geral do PMDB, Luiz Claudio Romanelli, candidato à Assembléia Legislativa, mandou imprimir boa parte do seu material de propaganda, preferindo correr o risco de ter a propaganda inutilizada a não fazer campanha. Romanelli estampou o nome da coligação majoritária – Paraná Mais Forte – da coligação proporcional – Paraná Forte e a chapa completa de governador e vice-governador. Como o PMDB não lançou candidato ao Senado, esta parte fica em branco no material de Romanelli.
"Para nós, está valendo o que foi registrado no TRE. E lá foi registrada a chapa do PMDB com o PSDB", disse o peemedebista, referindo-se ao pedido de registro protocolado pelos advogados peemedebistas na Justiça Eleitoral, junto com a ala tucana que venceu a convenção, liderada pelo candidato a vice-governador, deputado estadual Hermas Brandão.
Tranqüilidade
Mais confortáveis estão os candidatos a deputado federal do PSDB. Como não foi aprovada a coligação entre os tucanos e o PMDB para a Câmara dos Deputados, os candidatos do PSDB não precisam fazer referência à aliança em seus materiais de campanha. "Para nós ficou mais fácil. Mas para os estaduais é um incômodo. Principalmente para quem defendeu a aliança, a cada dia que passa sem uma decisão, é um problema a mais", avaliou o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB).
Hermas diz que não há "dificuldades"
Candidato a vice-governador na chapa do governador Roberto Requião registrada no Tribunal Regional Eleitoral, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão (PSDB) disse que não há dificuldades para a campanha. Segundo Brandão, para efeitos de propaganda eleitoral, vale a coligação aprovada na convenção "Paraná Mais Forte" que foi protocolada junto à Justiça Eleitoral.
Ontem, Brandão esteve com o governador Roberto Requião (PMDB) em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Após uma visita para vistoriar as obras de urbanização da Vila Zumbi dos Palmares, Requião almoçou com o prefeito de Colombo, José Antonio Camargo (PPS) e os candidatos a deputado estadual pelo PMDB da região, Edson Strapasson e Izabete Pavin. Brandão participou do encontro, já que também estava na região fazendo campanha. "Foi uma coincidência ontem. O Requião estava lá como governador. E eu como candidato", disse.
Brandão afirmou que, desde o início oficial da campanha eleitoral, vem fazendo campanha como candidato a vice-governador. "Já conversei com vários companheiros, avisando que não serei candidato a deputado estadual e que estou em campanha como candidato a vice-governador. Estou muito tranqüilo porque temos uma decisão de convenção", afirmou o deputado tucano.
Segundo Brandão, é com essa orientação que os candidatos a deputado devem trabalhar. "É só abrir a conta no banco, tirar o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e começar a campanha. Não há dificuldade nenhuma", garantiu o deputado, que é também vice-presidente estadual do PSDB.
Ponte
O deputado tucano disse que está confiante em um acordo com a cúpula nacional do partido. Brandão citou que o esforço para a aproximação de Requião do palanque de Geraldo Alckmin ganhou um novo aliado, o presidente nacional do PMDB, Michel Temer.
Ao aderir à campanha de Alckmin, Temer disse em Brasília que está trabalhando por um acordo entre os dois partidos e citou especificamente o caso do Paraná. O dirigente nacional do PMDB afirmou que já conversou com Alckmin sobre a importância da aliança entre os dois partidos no Paraná.
"Pedi para que a situação de impasse seja superada, de modo que os partidos possam caminhar juntos", disse Temer, acrescentando que "o acordo é importante tanto para Requião como para Alckmin".