A exemplo do PT e PMDB, que criaram um grupo de trabalho eleitoral para 2008, os diretórios nacionais e regionais do PSDB e DEM (ex-PFL) estão adotando alguns mecanismos para monitorar as alianças do próximo ano nas eleições municipais. Se não lançarem candidatos próprios à prefeitura, os diretórios municipais do PSDB e DEM (ex-PFL) terão que submeter suas propostas de coligação a instâncias partidárias superiores.
No caso dos tucanos, caberá ao diretório estadual autorizar as alianças do partido na cidade em que o PSDB quiser apoiar o candidato a prefeito de outra sigla. No DEM, o sinal verde para as coligações municipais virá do diretório nacional para as cidades com mais de cem mil habitantes que não montarem suas próprias chapas para disputar a prefeitura. A ordem foi baixada na convenção realizada no mês passado, quando o partido mudou de nome.
A orientação tem sentido duplo. Tanto no PSDB como no DEM, a ordem estimula o lançamento de candidaturas próprias e contém os arranjos paroquiais que nem sempre atendem aos interesses do partido no estado.
Rédeas curtas
O presidente do diretório regional do PSDB, deputado estadual Valdir Rossoni, disse que a autorização dos diretórios estaduais para as composições municipais é uma forma de resguardar o partido, impedindo que a sigla fique à mercê de interesses eleitorais alheios. ?Nós queremos evitar que o partido fique a serviço de um grupo no município. Quando não há esse cuidado, pode acontecer de o partido não se construir para disputar o poder. Nós temos que impedir isso?, justificou o dirigente tucano.
O secretário-geral do DEM, deputado Elio Rusch, afirmou que o partido não impõe vetos às alianças com esta ou aquela sigla, mas que o diretório nacional quer ter o controle das coligações que são realizadas em todo o país. ?É uma autorização. Não existe uma proibição específica. No caso do PT, desaconselha-se a aliança. Mas não há veto formal?, afirmou.
Em tese
Sobre a decisão do DEM de Curitiba de privilegiar o lançamento de candidato próprio e rejeitar, desde já, uma composição com os tucanos, que somente poderia significar o apoio à reeleição do prefeito Beto Richa, Rusch disse que não é bem assim. Segundo ele, o diretório estadual não tem o mesmo entendimento.
Para Rusch, a princípio todos os partidos trabalham para ter candidato próprio, mas não está descartada a aliança com os tucanos em Curitiba. ?Cada eleição é uma estratégia. Quando a eleição estiver mais próxima, é que o quadro se decide. Na eleição passada, se o PFL e o PSDB tivessem se coligado no primeiro turno, o PT teria ganho a eleição. No ano que vem, vamos analisar qual é a estratégia?, disse.