Tucanos do Paraná estão ressabiados

Os tucanos paranaenses reagiram com cautela à revelação de que o braço mineiro do partido, o que inclui o presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, também teria se beneficiado do sistema de financiamento de campanhas operado pelo empresário Marcos Valério. Integrante da CPI Mista dos Correios, o senador Alvaro Dias acha que toda e qualquer suspeita deve ser esclarecida.

É a mesma opinião do presidente estadual do partido, deputado Valdir Rossoni, e também do mais virulento de todos os tucanos contra os petistas, o deputado Luiz Carlos Hauly, que estuda propor a antecipação das eleições do próximo ano. Mas se não defendem o presidente do partido, os tucanos também não dão trégua para o PT. Alvaro e Hauly culpam o PT e o governo pela divulgação das denúncias envolvendo Azeredo e outros tucanos. "A colocação deste fato neste tabuleiro parte de uma estratégia que começou com as entrevistas (Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e Marcos Valério deram depoimentos exclusivos à Rede Globo) e continuou com o depoimento de Valério à Procuradoria geral da União. Foi lá que ele citou pela primeira vez a campanha de 98 em Minas Gerais", afirmou o senador Alvaro Dias.

Para o senador, a estratégia petista foi guardar a informação até anteontem, quando a mulher de Marcos Valério, Renilda Santiago, prestou depoimento à CPI. "isso tudo foi pensado estrategicamente para ser divulgado no momento adequado, para coincidir com o depoimento", afirmou Alvaro.

Apesar de considerar que há uma armação petista, Alvaro entende que Azeredo, mesmo assim, terá que se explicar ao partido. "Nesse momento de assepsia geral tem que haver isenção. Não pode haver investigação contra ou a favor de qualquer partido", disse. Mas Alvaro também acha que não se pode desfocar o centro do escândalo que localiza no PT. "Tem que haver esclarecimentos do fato colocado contra o Azeredo. Mas não podemos cair nessa estratégia diversionista do governo", avaliou.

Cada um por si

O presidente regional do PSDB, deputado Valdir Rossoni, disse que o dirigente nacional do partido tem que apresentar suas explicações sobre a participação de Marcos Valério nas campanhas tucanas, em Minas Gerais. "Cada um tem que dar explicações para seus atos. Se o PSDB da Minas tem problemas, que explique", afirmou o tucano paranaense.

Mas o PSDB também tem que se proteger contra as armadilhas do PT, disse o dirigente paranaense. "Tem que ter muito cuidado também porque estão querendo jogar o PSDB na lama petista", afirmou Rossoni. Segundo ele, o alvo prioritário do governo e do PT será o PSDB. "O grande adversário organizado do Lula e do PT é o PSDB. Por isso, eles vão procurar minar o nosso partido", afirmou.

Para o deputado Luiz Carlos Hauly, é preciso que se estabeleçam diferenças entre os casos petista e tucano. "No meio deste tiroteio, tudo tem que ser muito bem esclarecido. A primeira coisa é saber se essa doação do Valério para o Azeredo é da mesma natureza que aquelas feitas ao PT. Só depois de sabermos se o caso é igual, daí sim, vamos tomar as providências", disse o parlamentar paranaense.

Hauly afirmou ainda que com a revelação dos laços entre os tucanos e Marcos Valério o governo conseguiu desviar o foco do PT, por alguns momentos.

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