Tucanos do Paraná acham que Alckmin pode reagir

Os dois tucanos do Paraná que estão envolvidos diretamente no comando da campanha de Geraldo Alckmin à Presidência da República, o senador Alvaro Dias e o prefeito de Curitiba, Beto Richa, acham que ainda tem tempo de o candidato do PSDB reagir nas pesquisas de intenções de voto e crescer no Paraná, mas apontam que é preciso acentuar o tom das críticas ao atual governo e tornar a campanha visível nas ruas.  

?O erro foi não ter começado neste ritmo de críticas ao governo Lula desde o início da campanha, que teria de ter feito o trabalho de desconstrução da imagem do adversário já no começo?, afirmou Alvaro, integrante do conselho político da coordenação nacional de Alckmin. Alvaro citou que o candidato tucano tem perdido terreno também no Paraná, onde tinha uma boa condição no início do processo eleitoral.

Com o fim da aliança com o PMDB, o candidato tucano perdeu um exército de cabos eleitorais e uma estrutura de campanha que poderia fazer diferença. Além dos desajustes estaduais, Alvaro cita ainda que a coordenação demorou demais para explorar os erros do governo petista. ?Um candidato à reeleição tem todas as vantagens. A oposição tem que mostrar as desvantagens. Mas isso não foi feito e o candidato do PT ficou livre, leve e solto. Em todas as campanhas, tradicionalmente, quem cresce é a oposição. Nesta, está ocorrendo o inverso porque o nosso ritmo foi equivocado?, disse o senador.

Para ele, o PSDB inverteu a lógica, ao tentar primeiro construir a imagem de Alckmin, para depois atacar Lula. ?A estratégia correta é o contrário?, afirmou o senador. Ele citou que, somente esta semana, a comunicação da campanha de Alckmin adotou o tom mais ácido em relação ao PT, mencionando nas inserções os escândalos do mensalão e a crise política gerada no ano passado.

Mobilização

Para o prefeito de Curitiba, coordenador da campanha presidencial tucana no Paraná, está faltando mobilização de rua e mais garra por parte dos apoiadores de ponta, como prefeitos, candidatos e empresários. Beto acredita que as lideranças têm que se envolver mais na campanha, indo atrás do eleitor para converter simpatias em votos. ?Se não tem campanha na rua, não tem clima de eleição e não se dispersa o interesse da população. Está na hora de começar a se mobilizar?, disse o prefeito. Ele citou como exemplo o caso da Região Metropolitana de Curitiba, onde obteve o compromisso de mais de vinte prefeitos de apoiar Alckmin. ?A maioria dos prefeitos está conosco. Mas não tem campanha?, afirmou.

Beto pretende trazer Alckmin ao Paraná pelo menos mais duas vezes neste último mês de campanha. Ele está apostando na criação dos comitês de campanha regionais para alavancar Alckmin no Paraná. Na quinta-feira passada, Beto abriu um comitê suprapartidário em Cascavel, e já existem vários subcomitês funcionando na região oeste do Estado.

Abandono

No Paraná, Alckmin não tem na disputa para o governo um palanque exclusivamente à sua disposição, mas nos demais estados, onde o PSDB tem candidato majoritário, a campanha também está emperrada. Para Alvaro, o problema é que a expectativa de que o início do horário eleitoral gratuito aproximasse mais as lideranças tucanas da campanha de Alckmin não se confirmou. ?Com a exposição do candidato nos programas, acreditava-se que os refratários se apresentariam, principalmente nas regiões norte e nordeste. Mas essa participação não acontece?, disse. 

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