Tucanos dissidentes articulam reação contra Aníbal

Uma semana após o racha na bancada do PSDB na Câmara, os chamados deputados dissidentes começam a articular uma espécie de contra-ataque à reeleição do atual líder, o deputado José Aníbal (SP). Hoje parte desses parlamentares encontra-se com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pela manhã, em São Paulo. A ideia é levar um relato do processo que culminou no racha da bancada e apontar Aníbal como o responsável pela crise. À tarde, o grupo de deputados fará reunião na Câmara, onde serão analisadas duas medidas: entrar com uma representação no Conselho de Ética do PSDB ou recorrer à Justiça para anular a reeleição.

Na semana passada, a crise se materializou quando Aníbal conseguiu ser reeleito, após alterar o estatuto da bancada que proibia a recondução. Dos 58 parlamentares do PSDB na Câmara, 20 se abstiveram como protesto à reeleição. Desses, 19 fundaram no mesmo dia o Movimento Unidade, Democrática e Ética contra o processo interno. Aníbal acabou sendo reeleito com o voto de 36 deputados. “É importante colocarmos a versão dos fatos e mostrar quem criou o problema”, declarou o deputado Paulo Renato Souza (SP), que articulou a reunião com FHC e foi candidato a líder da bancada. O encontro, no entanto, não teve o apoio de todos os 19 dissidentes. O grupo inteiro foi convidado, mas deve comparecer menos da metade.

Principal cardeal do partido, o ex-presidente manifestou insatisfação com o racha. Avalia que a imagem que ficou para a opinião pública é de uma briga entre deputados ligados ao governador mineiro Aécio Neves, que apoiaram Aníbal, e aliados do paulista José Serra, que se abstiveram na votação. A briga interna, avaliam tucanos, pode acabar atrapalhando os planos do partido de voltar ao Planalto em 2010. Serra e Aécio são os principais nomes do PSDB para disputar a Presidência na próxima eleição.

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