O presidente estadual do PSDB, deputado estadual Valdir Rossoni, convocou para a noite da próxima segunda-feira, dia 19, uma reunião da executiva estadual para decidir como o partido irá se posicionar na sucessão estadual. O horário do encontro tucano coincide com a previsão de encerramento da convenção nacional do PDT, a qual está atrelada o destino da candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Estado.
Sem a candidatura do candidato, o PSDB tem apenas dois caminhos: aliar-se ao PMDB ou lançar o deputado federal Gustavo Fruet como candidato ao governo. A primeira tese enfrenta a severa resistência de Rossoni, mas tem simpatias declaradas e outras ocultas dentro do partido. Porém avançou bastante e o PSDB tem até mesmo uma proposta oficial de coligação feita pela direção estadual do PSDB.
A resposta, disse Rossoni, depende de uma série de fatores. O presidente do diretório tucano sabe que se o PDT nacional mantiver a candidatura do senador Cristóvam Buarque à presidência da República, a candidatura de Osmar perde fôlego. Nesse caso, Rossoni vai precisar angariar mais apoio à sua tese de lançar Gustavo candidato ao governo, para vencer a ala que pressiona pelo acordo com o governador Roberto Requião (PMDB), liderada pelo presidente da Assembléia Legislativa e vice-presidente estadual do PSDB, Hermas Brandão.
Brandão está alinhado à direção nacional que viu com simpatia a oferta de apoio do PMDB apresentada ao senador Tasso Jereissati, há quinze dias, em Brasília.
A fim de fortalecer o palanque de Geraldo Alckmin à presidência da República, os tucanos querem retirar Requião do palanque à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para alcançar esse objetivo, Requião não teria nem mesmo que fazer o esforço de subir ao palanque de Alckmin, conforme os termos do acordo discutido com os tucanos. Para o PSDB, basta que o governador do Paraná não abra seu palanque a Lula. O discurso tucano é que o apoio dos candidatos proporcionais do PMDB já é suficiente para ajudar Alckmin no Paraná e que o tempo tucano no horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e televisão será o seu "palanque" no Paraná, dizem alguns integrantes do PSDB.
Para Rossoni, a posição do governador que disse estar aguardando a apresentação dos projetos de governo de Alckmin e do presidente Lula antes de definir sua posição na sucessão presidencial foi um bom sinal de que o governador pode vencer suas resistências a Alckmin. "o programa de governo do Lula ele já conhece há quatro anos. Essa frase dele significa que ele está estudando o programa do Alckmin", afirmou Rossoni.
Conversa final
Ontem, Rossoni pretendia ter um encontro com o senador Osmar Dias para uma conversa decisiva antes da convenção nacional. Entretanto, o encontro teria sido cancelado devido a uma viagem de Osmar ao interior do Estado por razões familiares.
O presidente estadual do PSDB está começando a avaliar as dificuldades que terá se o senador Osmar Dias não for candidato ao governo para convencer a maioria do partido a apoiar a tese da candidatura própria. Ele sabe que, além do presidente da Assembléia Legislativa, vai enfrentar a simpatia, por enquanto oculta, do prefeito de Curitiba, Beto Richa, entre outras lideranças do partido.