Tucanos aprovam coligação com o PP de Barros

A coligação do PSDB com o PP, que abriu uma vaga para o deputado federal Ricardo Barros (PP) disputar uma cadeira no Senado pela chapa de Beto Richa e ainda juntou na aliança tucana os 19 candidatos a deputado estadual e 15 a federal do partido do ex-prefeito de Maringá, foi o único indicativo da Comissão Executiva não aprovado por unanimidade pelos cerca de 800 convencionais do PSDB.

Parte da bancada federal do partido apresentou tese contrária a coligação com o ex-vice-líder do governo Lula. A mesma manifestação já havia sido apresentada ao diretório nacional tucano.

“Somos a favor do Beto, a favor de todos os outros partidos, a favor de aguardar a definição do PDT, mas somos contra o PP, queremos uma vaga para candidato próprio ao Senado”, disse o deputado federal Luiz Carlos Hauly, que assina o documento junto com os deputados Gustavo Fruet e Alfredo Kaefer e o senador Flávio Arns.

Com a indicação de Barros e a destinação de uma vaga para Osmar Dias (PDT) o PSDB pode ficar sem candidato ao Senado. “Não queremos formar chapa com o Barros, um agente duplo do Lula, que é muito próximo da Dilma”, acrescentou o deputado, que anexou ao ofício cópia de decisões judiciais contra o pepista. “Já pensou se tivermos o primeiro candidato ficha-suja do país?”.

Durante a convenção, circulou um informativo com o título “PP quer candidato ficha suja ao lado de Richa”. O PSDB nacional ainda não respondeu à manifestação dos deputados, que esperam uma intervenção, como a que ocorreu quando o PSDB indicou Hermas Brandão para a vice de Roberto Requião (PMDB) em 2006. “Está no artigo 8.º do texto aprovado na convenção nacional. As coligações têm de ser submetidas à executiva nacional”, justificou.

O presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, descartou o risco de intervenção nacional. “Já fechamos acordo com o PP há algum tempo, se a nacional fosse se manifestar contra, teria feito antes da convenção”, disse. Rossoni classificou como natural a discussão.

“Numa convenção do tamanho da nossa, é natural que surjam divergências. E o local é aqui, na votação, a maioria do partido decidiu”, disse. Ricardo Barros também minimizou a polêmica. “É natural que os deputados procurem seu espaço. Dou razão a eles, já conversamos, mas é o preço político de se reunir 12 partidos em uma aliança. Para eleger o Beto Richa governador, o PSDB fez esse sacrifício”, disse.