A polarização da disputa prévia do PSDB pela vaga de candidato à Prefeitura de São Paulo entre o empresário João Doria Júnior e o vereador Andrea Matarazzo levou os deputados Bruno Covas e Ricardo Tripoli e o ex-deputado José Aníbal a anteciparem para o dia 15 de janeiro “as prévias das prévias” da sigla.

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Pelo acordo selado entre eles, o nome que obtiver mais apoio dos diretórios zonais e estiver melhor posicionado nas pesquisas até o dia 15 de janeiro receberá o apoio dos demais na eleição interna, que está marcada para o dia 28 de fevereiro.

O trio tem forte influência nos diretórios zonais tucanos, mas acabou sendo emparedado por Doria, que recebeu uma sinalização de apoio do governador Geraldo Alckmin, e pelo vereador Andrea Matarazzo, que recebeu adesões de peso como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira, o ex-governador Alberto Goldman e os vereadores do partido na capital paulista.

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Os três estão promovendo juntos eventos pela cidade e pretendem apresentar em janeiro um programa de governo conjunto. “Quem de nós for escolhido será um candidato forte e terá chances concretas de vencer”, afirma José Aníbal.

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Além de ser presidente do Instituto Teotônio Vilela, Aníbal é suplente do senador José Serra. Aníbal minimiza o crescimento da opção João Doria após a aproximação dele com o governador Geraldo Alckmin. “Ele tem uma máquina de campanha que ninguém imaginava, mas isso não ganha prévia. O PSDB tem uma história”, diz o tucano.

Apoio

Neto do ex-governador Mário Covas, o deputado federal Bruno Covas, por sua vez, questiona o apoio de Alckmin a Doria. “Não vi apoio explícito. Eu estive com o governador no sábado e ele disse que o nome do candidato será definido pelas prévias”, afirma.

Assim como Aníbal, Bruno Covas também ressalta a “unidade” do trio. Em 2012 eles disputaram entre a si as prévias do PSDB. Pouco antes da escolha, porém, o ex-governador José Serra decidiu entrar em cena.

A avaliação dos postulantes à vaga de candidato é de que a aproximação de Geraldo Alckmin com João Doria, considerado um “cristão novo” no PSDB, teve um impacto negativo na militância orgânica da legenda na capital.

“Depois do episódio do Doria recebemos muitas declarações de apoio. A nossa convivência com os diretórios vem de muitos anos”, afirma o deputado Ricardo Tripoli.

Ele acredita, ainda, que os diretórios do PSDB nos bairros não aceitarão qualquer imposição de cima para baixo e que a ideia da eleição interna está consolidada. “Os diretórios distritais estão muito articulados”, conclui o parlamentar. O grupo diz que o escolhido para representá-lo nas prévias não irá retirar seu nome.

“Acabamos perdendo as prévias (em 2012) pelo fato de o Serra ter entrado de forma abrupta na disputa”, reconhece Ricardo Tripoli.

“Não acredito que o Serra será o candidato no ano que vem, mas já estamos vacinados para isso. Da outra vez admitimos que ele se inscrevesse fora do prazo, agora não será assim”, afirma Aníbal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.