Eleições

Tucanos afinam discurso de união em 2010

Na coletiva de imprensa organizada pela campanha de reeleição de Beto Richa (PSDB) para apresentar o apoio formal ao prefeito dos governadores de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) e de São Paulo, José Serra (PSDB), além dos presidentes nacionais do DEM Jorge Bornhausen e do PPS, Roberto Freire, pouco falou-se sobre as eleições municipais do mês que vem.

Com a presença dos dois principais nomes tucanos para a sucessão presidencial e, ainda, do já declarado candidato ao governo do Estado, senador Osmar Dias (PDT), o assunto mais discutido foi o pleito de 2010.

Com o discurso afinado, Serra e Aécio elogiaram um ao outro e declararam que ainda é cedo para se definir o nome do candidato à Presidência, mas colocaram-se à disposição do partido.

“Estamos atravessando um processo eleitoral. Depois disso, iniciaremos a discussão de um projeto para o Brasil. Cada coisa tem seu tempo e o nome que representará esse projeto será definido na hora certa”, declarou Aécio. “Quem apostou em um confronto meu com o Aécio vai perder. Se alguém me vir apontando um dedo para o olho dele, será para tirar um cisco. A única certeza é que Serra e Aécio estarão juntos em 2010”, acrescentou o governador paulista.

Serra, que em 2006 deixou a Prefeitura de São Paulo para disputar o governo do estado, disse que não dará conselhos a Beto Richa sobre uma possível candidatura ao governo do Paraná já em 2010.

“Já conversei várias vezes com o Beto e ele nunca me falou da hipótese de governo do Estado, só de projetos para a cidade. Mas, se me pedisse conselho a esse respeito, eu não daria. São as circunstâncias que levam a essa decisão”, disse. Beto repetiu o discurso de que não tem obsessão por cargos. “2010 está longe, temos uma grande coligação e temos excelentes nomes para oferecer ao Estado do Paraná em 2010”, declarou.

O senador Osmar Dias, que já se declarou candidato ao governo, repetiu que o apoio a Beto é incondicional, mas deixou clara sua posição. “Nosso apoio ao Beto é para 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012, que é o período do mandato dele.”

Os governadores também comentaram as eleições em suas capitais. Serra classificou como natural o fato de o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM), seu vice nas eleições passadas, disputar com um candidato tucano, Geraldo Alckmin. “Para isso existe o segundo turno, quando todos estaremos juntos”, afirmou. Já Aécio declarou que a união entre PSDB e PT em torno da candidatura de Márcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte deveria servir de exemplo para o Brasil.

“Seria utópico pensar em aliança PT-PSDB, mas essa candidatura mostra que bons projetos devem ficar acima de questões partidárias. Se as bancadas de oposição pensassem assim nos dois governos de Fernando Henrique (PSDB) e nos de Lula (PT), muitas das reformas que ainda estamos esperando já estariam aprovadas”, declarou.

Os governadores participariam, na noite de ontem, de um jantar em apoio à candidatura de Beto, “não para transferirmos votos para ele, pois acho que não somos capazes disso, mas para demonstrar nossa admiração e mostrar aos curitibanos quem são os companheiros do Beto”, explicou Aécio.

“Além disso, é um dos nomes mais competentes da minha geração e eu quero estar junto de quem pensa o futuro”, acrescentou. Questionado se não estaria perdendo tempo ao vir a Curitiba apoiar o favorito, enquanto em São Paulo a disputa está bem mais acirrada, Serra brincou. “A gente também tem o direito de curtir uma vitória. E prestigiar um companheiro que é modelo para o partido, de quem, até, já copiei, descaradamente, um projeto, o Mãe Curitibana”. “Não pensem que não estamos roendo muito osso por aí, mas é bom estar em Curitiba, onde temos cert,eza que iremos marcar uma cruzinha na coluna das vitórias”, concluiu Aécio.

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