O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, afirmou ontem que os tucanos vão investir, nos próximos 60 dias, na propaganda, sobretudo de televisão, de seu pré-candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin, com o que esperam ampliar de 10% a 15% o grau de conhecimento do nome do ex-governador paulista pela população e, assim, avançar nas pesquisas. A estratégia foi discutida por Aécio com o próprio pré-candidato, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o coordenador da campanha tucana, Sérgio Guerra, em reunião em Belo Horizonte encerrada ontem de madrugada.
Aécio não demonstrou preocupação com o mau desempenho de Alckmin nas sondagens pré-eleitorais. "Estou muito tranqüilo", disse. "O candidato Alckmin é ainda pouco conhecido, em torno de 60%, enquanto o presidente da República tem praticamente 100% (de conhecimento)", afirmou. O governador participou, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades, da inauguração da Usina Hidrelétrica Eliezer Batista, em Aimorés, Minas Gerais.
Aécio disse acreditar que, com as inserções, Alckmin se torne mais conhecido e tenha um crescimento sólido. Ele disse que Tasso e o pré-candidato sugeriram que a convenção de lançamento oficial da candidatura seja em Minas Gerais e até falou em data: 11 de junho. "Pode ser que seja até uma convenção conjunta, que homologue candidatos a presidente e a governador (no caso, o próprio Aécio). Ele disse achar que, depois disso, a partir de agosto, com a propaganda na televisão, o candidato avançará "com solidez".
Apesar de algumas críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por sua atitude em relação à crise com a Bolívia, Aécio disse que dava um "voto de confiança" ao presidente e afirmou que, independentemente de ser oposição, não ia "fazer uma bravata". "É uma questão complexa", declarou o governador, que afirmou depois manter boa relação pessoal com o presidente, que o chamou, no discurso, de amigo – palavra que não costuma usar em relação aos tucanos.
