O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy (BA), defendeu nesta segunda-feira, 24, a dissolução da Comissão de Ética da Presidência da República por arquivar o processo que analisava o uso de helicóptero da Polícia Rodoviária Federal pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. O tucano criticou a comissão por, em sua visão, atuar para “limpar a barra” dos assessores da presidente Dilma Rousseff.
A ministra usou o helicóptero, que teria como função primeira resgatar feridos em acidentes, para visitar obras, ir a inaugurações e encontros com empresários em Santa Catarina, sua base eleitoral. O relator original do processo, Horácio de Senna Pires, que havia pedido uma advertência à ministra, voltou atrás e acatou o voto do conselheiro Mauro Menezes, que considerou não ter havido infração depois receber novas informações da PRF.
“É a Comissão da Ética da presidente”, disse Imbassahy, de acordo com nota divulgada pela assessoria da bancada do PSDB. Segundo o líder, a comissão teve sua função “invertida” ao poupar a ministra e contrasta com a posição do Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina, que investiga Ideli por suposta improbidade administrativa e pede a devolução de R$ 35 mil. O tucano deve entrar com uma representação junto ao MPF questionando a decisão da comissão.
“Se o Ministério Público Federal está pedindo a devolução de dinheiro pelo uso irregular do helicóptero, por que a Comissão arquivou o caso? Essa comissão tem um efeito deletério, já que ela vem interpretando a legislação de maneira tolerante com malfeitos e irregularidades. Ela acaba legitimando falcatruas. Não há outro caminho senão dissolvê-la”, defendeu o líder do PSDB.