TSE define regras para eleições deste ano

Fim das doações ocultas, possibilidade de doação por cartão de crédito, voto em trânsito, voto para presos provisórios, divulgação da vida pregressa do candidato. O Tribunal Superior Eleitoral aprovou, na noite de terça-feira, as últimas resoluções que orientarão o processo eleitoral de outubro. Amanhã, as instruções serão enviadas para todos os tribunais regionais. O TSE decidiu, também, não mexer na composição da Câmara Federal.

Relator das minutas, o ministro Arnaldo Versiani, preferiu não mexer no número de cadeiras que cada estado tem direito na Câmara, o que, consequentemente, alteraria o número de deputados estaduais de cada estado.

De acordo com a Constituição, o número de deputados deve respeitar a proporcionalidade populacional de cada estado e a composição do parlamento deve ser revisada um ano antes de cada eleição.

A última revisão, no entanto, ocorreu antes das eleições de 1994 e a próxima, só deverá ocorrer para 2014, pois, devido à complexidade do tema e o curto prazo, o TSE adiou a revisão.

“Talvez numa próxima oportunidade, nas eleições de 2014, possamos debater melhor esse tema”, disse o ministro. Se a composição da Câmara fosse alterada para esta eleição, o Paraná perderia um deputado federal e um estadual.

Enquanto o projeto “ficha limpa” não é apreciado pelo Congresso e o Supremo Tribunal Federal não aceita a utilização da vida pregressa do candidato como condição de elegibilidade, exceto em caso de condenação com trânsito em julgado, o TSE editou resolução que, ao menos, garante ao eleitor a possibilidade de se informar sobre o passado dos candidatos.

No ato do registro de sua candidatura, o postulante deverá apresentar sua certidão criminal. Em caso de positiva, terá ainda que prestar informações sobre a tramitação do processo. Todos os dados estarão disponíveis para o eleitor na página do TSE na internet.

“É a forma que a Justiça Eleitoral está adotando para que o eleitor tenha informações sobre o histórico de seu candidato. Uma coisa é isso como condição de elegibilidade, mas a Justiça Eleitoral tem o dever de facilitar o acesso dos eleitores a informações sobre a vida pregressa dos candidatos”, disse o presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto.

O TSE também aprovou a doação por cartão de crédito, apenas paras pessoas físicas, e regras mais rígidas para as prestações de contas, que agora também abrangerão os partidos.

O voto em trânsito também foi aprovado, mas somente para os eleitores que estiverem em uma das 26 capitais brasileiras, ou no Distrito Federal, e que se cadastrarem na Justiça Eleitoral. Presos provisórios e adolescentes cumprindo medidas socioeducativas também terão direito a voto.

“Preso provisório não perdeu seus direitos políticos, então, tem direito de votar. Estamos, com essa resolução, criando os mecanismos para o exercício desse direito”, concluiu Britto.

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