TRT dá prazo de 20 dias para governo e metroviários concluírem negociações

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) jogou um balde de água fria na intenção do Sindicato dos Metroviários de fazer, a partir da próxima quinta-feira, uma greve da categoria.

A entidade – comandada desde 2010 pela Conlutas, braço sindical do PSTU, e membros do PSOL – defende que os funcionários da estatal cruzem os braços para protestar contra mudanças nos critérios de pagamento da participação nos resultados da empresa, prevista para abril de 2013.

Em audiência hoje, o TRT deu prazo de 20 dias para que sejam concluídas as negociações. O sindicato decide amanhã à noite se mantém a negociação ou se decreta greve a partir da meia-noite.

Caso ocorra, a greve pode ser usada politicamente contra o candidato do PSDB a prefeito, José Serra.

Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do Sindicato dos Metroviários, diz que a ameaça ocorrer às vésperas da eleição é coincidência.

De acordo com ele, o prazo de 120 dias que o governo do Estado tinha para apresentar uma proposta para a categoria venceu na semana passada. O prazo foi estabelecido no TRT em maio, após uma greve de 12 horas.

“Nós avisamos o governo do Estado que esse prazo cairia bem perto da eleição. Não fomos nós quem criamos essa situação, foram eles”, disse o presidente do sindicato.

Em maio, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a greve foi ato ilegal de “um grupelho radical, com motivação político-eleitoral”.

A principal reivindicação do sindicato é em relação à participação nos resultados.
A entidade reclama que o Metrô quer pagar mais para funcionários de alto escalão.

“Programada para ser deflagrada a quatro dias das eleições municipais, e fora da data-base dos metroviários (maio), a greve, caso realizada, deixará sem transporte 4 milhões de passageiros”, afirmou o Metrô, em nota.

A empresa diz que não se nega a negociar e que, caso a greve seja mantida, fará o possível para “proteger o direito dos usuários”.

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