Foto: Walter Alves/O Estado
Stica: não há mais tempo hábil para prosseguir as investigações.

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Grampo Telefônico, que será apresentado nesta sexta-feira, na Assembléia Legislativa, não deve trazer informações aprofundadas sobre procedimentos de escutas ilegais no Estado. Assim afirma o deputado e vice-presidente da CPI, Natálio Stica (PT), lembrando que não há mais tempo hábil para prosseguir com as investigações. ?É uma CPI que não vai trazer resultados. A oposição não integrou os trabalhos e não fez o contraditório necessário na investigação?, disse.

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Stica afirmou que a única coisa que se conseguiu perceber foi a existência de grampos em todos os segmentos dos poderes e que isso precisa ser investigado mais a fundo. A sugestão do petista é de que seja sugerido aos deputados da próxima legislatura que voltem a analisar o assunto.

Até o momento foram ouvidos somente dois membros do Ministério Público – o coordenador da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), promotor Paulo Kessler, e o ex-coordenador da PIC, procurador Dartagnan Cadilhe Abilhôa. A CPI tentou convocar o técnico Isaque Pereira da Silva para ser ouvido ontem, mas não conseguiu encontrá-lo.

O relator da CPI, Jocelito Canto (PTB), espera ainda que o depoimento do policial civil Délcio Razera – preso sob acusação de escuta ilegal de autoridades – remarcado para amanhã, possa trazer novas informações sobre grampo telefônico. Na última segunda-feira (11), o depoimento de Razera foi adiado, por falta de quórum dos membros da CPI e porque o policial só foi notificado às 12h do mesmo dia, de modo que não houve o cumprimento do prazo mínimo legal para que fosse ouvido, que é de 24h após a notificação.

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?O depoimento de Razera é importante. Assim que terminarmos de ouví-lo, vou fazer o relatório final?, afirmou o relator. Canto disse que a investigação vai terminar incompleta e que vai precisar do apoio de seus colegas para concluir o relatório com as informações que obtiveram.

Já o deputado Plauto Miró (PFL), um dos membros da comissão que faz parte da bancada de oposição, acredita que desde o início os membros ?governistas? da CPI queriam que fosse ?chapa branca??. Segundo ele, não havia condições de fazer uma investigação de doze anos de grampos telefônicos em tão pouco tempo. ?Por isso, nós da oposição nos ausentamos da CPI. O resultado dela está aí, não chegou em lugar nenhum?, declarou.

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