Um pedido de vista do conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná (TC) Durval Amaral adiou o julgamento do relatório sobre supostas irregularidades em serviços de publicidade da Câmara de Curitiba. O processo, originário de uma tomada de contas especial realizada na Câmara pelo TC, seria julgado nesta terça-feira (12). Pelo regimento do TC, Amaral tem quatro sessões para devolver o processo – ou seja, até meados de junho.
O processo é fruto de uma tomada especial de contas para analisar supostas irregularidades cometidas pela gestão do ex-vereador João Cláudio Derosso. O processo em questão trata de irregularidades no processo licitatório – uma das empresas vencedoras da licitação, a Oficina da Notícia, era de propriedade de Cláudia Queiroz Guedes, na época mulher do próprio Derosso e funcionária da Câmara. Outros 58 processos tratam de irregularidades na execução desses contratos.
O processo tramita atualmente na 1.ª Câmara do TC – que conta com Amaral, Ivens Linhares, Artagão de Mattos Leão e o auditor Sérgio Ricardo Valadares Fonseca. Caso a 1.ª Câmara julgue que há irregularidades, Derosso ainda pode recorrer ao pleno.
A licitação de publicidade foi o principal motivo da queda de Derosso, que foi presidente da Câmara de Curitiba por 15 anos. Em 2006, a Casa lançou edital para contratar empresas para prestar serviços de publicidade à Casa. Uma das vencedoras foi a empresa da mulher do então presidente, que recebeu um contrato de R$ 5 milhões.
As informações vieram à tona em 2011. Depois disso, Derosso foi alvo de uma CPI e de um processo no Conselho de Ética da Câmara. Após nove meses de caso, ele renunciou à presidência em março de 2012 – e foi cassado meses depois, por infidelidade partidária após deixar o PSDB.